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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Gata Barraqueira

Ao contrário da donzela boazinha que conhecemos, nas versões mais antigas, a Cinderela é quem começa a pancadaria!
1. GOLPE DO BAÚ
Na versão de Giambattista Basile, chamada A Gata Borralheira, a heroína une forças com a governanta para matar a madrasta. Um dia, quando a megera pega roupas num baú, a moça lhe fecha a tampa na cabeça.
2. NA PONTA DOS PÉS
Os irmãos Grimm botam mais sangue no miolo da história. Quando o príncipe visita as casas para identificar o pé de sua amada, as irmãs malvadas de Cinderela se mutilam para tentar calçar o sapatinho, cortando dedos e calcanhares.
3. ORA, POMBOS
Na versão dos Grimm, a madrasta também não é morta por Cinderela. A malvada bate as botas com pombos comendo seus olhos e os das filhas.

Estupro e adultério

Sexo com pessoa em coma e feitiçaria são o tempero de Bela Adormecida, história que tem até uma versão feita no Brasil.
À moda italiana
Giambattista Basile apimentou a história no século 17.
1. FARPA MALDITA
Ao mexer num tear, uma farpa entra sob a unha de Tália, provocando sono imediato - maldição prevista desde sua infância. Desconsolado, o pai abandona a casa, largando a filha adormecida sozinha.
2. NOIVA CADÁVER
Numa caçada, o rei, que já era casado, se encanta por Tália e, antes de partir, transa com a moça apagada! Ela ainda engravida de gêmeos. Um dia, ao tentar mamar, um deles chupa o dedo da mãe e retira a farpa, despertando-a.
3. AMADA AMANTE
Um ano após o encontro, o rei volta à floresta, encontra Tália acordada e passa a esticar as caçadas para manter a vida dupla. A esposa desconfia e põe um espião na cola do rei.
Bela do Brasil
A versão brasuca também sangra. O escritor brasileiro Sílvio Romero publicou, em 1885, em Contos Populares do Brasil, a história de um rei que, numa caçada pela floresta, se apaixona pela camponesa Madalena Sinhá. Em seguida, o rei constitui uma segunda família no campo, mas é delatado por um servo da rainha. No final, a amante e a rainha saem na mão até que Madalena mata a rival, com ajuda do rei. E o servo dedo-duro acaba degolado.
À moda francesa
Nas mãos de Charles Perrault, o final é violento.
1. GUARDA NA DESPENSA
O cozinheiro esconde as crianças e abre o jogo com Bela - que a rainha também estava a fim de jantar. Ao ouvir o choro das crianças, a rainha descobre o engodo e resolve cozinhar todo mundo.
2. BANQUETE DE GENTE
Furiosa com o filho por assumir Bela como rainha, a ogra ordena ao cozinheiro que faça para ela um rango com a carne do neto e da neta. O criado, porém, serve carne de carneiro e de cabrito para enganá-la.
3. CALDEIRÃO ANIMAL
O caldeirão que vai ferver geral é recheado com sapos, víboras, enguias e cobras. No último instante, porém, o rei aparece e a ogra, amedrontada, se joga de cabeça, sendo devorada pelas feras.
4. QUE OGRA DE SOGRA
Agora a vilã é a mãe do rei. A sogra de Bela - que não tem nome nesta versão - é uma ogra, faminta por crianças! Não à toa, o rei não conta nada à megera sobre seus netinhos.

Vermelho cor de sangue

A tonalidade mais chamativa na roupa da doce Chapeuzinho combina com uma história cheia de violência, canibalismo e insinuações sensuais.
ERA UMA VEZ...
A maioria dos contos de fadas, como Chapeuzinho Vermelho, surgiu por volta da Idade Média, em rodas de camponeses na Europa, onde eram narrados para toda a família. "A fome e a mortalidade infantil serviam de inspiração", diz a especialista em histórias infantis Marina Warner, da Universidade de Essex, na Inglaterra.
FINAL FELIZ
Ao fim da versão francesa, Chapeuzinho, sentindo-se ameaçada, pede para sair e fazer suas necessidades fora da casa. O lobo, nojentão, insiste para que ela faça xixi na cama mesmo - urg! -, mas acaba deixando a menina sair. Esperta, Chapeuzinho aproveita o vacilo do vilão e escapa.
FINAL SANGRENTO
O francês Charles Perrault foi o primeiro a pôr muitos contos de fadas no papel, no século 17. Ele tornou o final da história mais sangrento - com o lobo jantando a mocinha - e introduziu a famosa moral da história, dizendo que "crianças não devem falar com estranhos para não virar comida de lobo".
FINAL AMENIZADO
No século 19, os irmãos alemães Jacob e Wilhelm Grimm - famosos compiladores de contos que até então só eram transmitidos oralmente -, inventaram a figura do caçador. No fim da história, ele aparece e salva a pele de Chapeuzinho e da vovó, abrindo a barriga do lobo com um tesourão.
1. COMIDA DE VÓ
Numa versão francesa da história, após interrogar Chapeuzinho na floresta e pegar um atalho para a casa da vovó, o lobo mata e esquarteja a velhinha sem dó. A coisa piora quando o vilão, já fingindo ser a vovó, oferece a carne e o sangue da vítima, como se fosse vinho, para matar a fome da netinha - que come e bebe com gosto!
2. TIRA, TIRA...
Após encher o bucho e praticar canibalismo sem saber, Chapeuzinho ainda tira a roupa e joga no fogo, a pedido do lobão! O clima, porém, não é nada infantil, com a garota perguntando o que fazer com a roupa a cada peça tirada. O lobo só tinha uma resposta: "Jogue no fogo, minha criança. Você não vai mais precisar disso...".
3. SEDUÇÃO INFANTIL
Ao se deitar ao lado do lobo, já totalmente nua, Chapeuzinho começa a reparar no físico do vilão, como se desconfiasse de algo. Admirada, a menina começa a exclamar: "como você é peluda, vovó", "que ombros largos você tem" e "que bocão você tem", entre outros elogios à anatomia do bichão...
*Fontes: Conte de la mère-grand (coletado pelo folclorista Achille Millien por volta de 1870); Pentameron, de Giambattista Basile; Tales of Mother Goose, de Charles Perrault; Childrens and Household Tales, dos irmãos Grimm; Da Fera à Loira, de Marina Warner; A Princesa que Dormia (coletânea publicada pela editora Paraula) .

terça-feira, 13 de julho de 2010

Bela adormecida, que na versão original é estuprada e engravida enquanto está em coma, por diferentes artistas.


sexta-feira, 9 de julho de 2010

Os desafios do texto

Finalizamos a segunda cena de É uma vez e para sempre, projeto baseado nas versões originais dos contos de fadas. Ela apresenta elementos de contos um pouco menos conhecidos no Brasil (pelo menos em suas versões originais) e que talvez não gerem uma identificação. Mesmo tendo um pouco menos de choque com os valores ocidentais do que a primeira cena, ainda possui imagens fortes.
Estamos começando as discussões para a terceira. Esta nos dará mais trabalho, pois nos colocamos um desafio muito grande nela: apresentar uma das consideradas maiores violências pelos nossos valores ocidentais como algo que faz parte do ser humano. Não que aprovemos o ato, mas o objetivo desta peça é mostrar os humanos quando agem apenas pelos seus desejos, ignorando valores ou consequências para os outros. Ou seja, o que o ser humano gostaria de fazer, mas se reprime e reprime os muitos que fazem por ter elaborado uma consciência.

domingo, 4 de julho de 2010

Início de criação de texto

Depois de jogar muito material fora, temos a primeira cena de É Uma Vez e Para Sempre finalizada. Ficou exatamente do jeito que queríamos.
Já temos o roteiro de toda a peça e vamos escrevendo aos poucos o texto de cada cena. Para a próxima, nos reuniremos só na quarta-feira. Até lá, vamos produzindo individualmente.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Exercício de escrita

Trecho inicial de exercício de escrita, parte do processo criativo de É Uma Vez e Para Sempre, novo projeto da ACRUEL.

LOBO: Nós começamos pela presença nula da avó. Permissiva ou fraca, é insignificante.Sua falta de energia é pressuposto desta cena. É importante que reservemos à avó os direitos autorais da corrupção familiar, herança de séculos de tradição. Registremos, portanto, sua presença vaporosa. Eu me apresento, o pólo positivo. O macho não contido pela convenção social do respeito, da atenção ao outro. O Lobo sem matilha.
Somos dois em cena, mas não há ação dramática. Há, sim, uma ambientação. Sentado à mesa de jantar na qual a avó está servida aos pedaços, aguardo a caça que feita vítima de sua baixa maturidade adquiriu desejável impressão de força negativa. Neste cenário, inicia um encontro de resultado certo. Desenvolvo-o aqui apenas pelo movimento, prazer que divido com vocês e com a criança.
LOBO: Neta, chegou bem na hora em que eu assumo o papel de avó. Vou tratar de você. Senta e nutra-se. (Ela senta e começa a comer a carne satisfatoriamente).(...)

sábado, 6 de fevereiro de 2010

A Bela Adormecida da Avó Grimm


Granny O Grimm's Sleeping Beauty
O Curta está concorrendo ao Oscar de curtametragem de animação
O proprio titulo sugere o que vamos ver, A Bela Adormecida da Vovó Grimm. Uma velhinha aparentemente doce conta a história da Bela Adormecida do ponto de vista da fada mais velha, que procura vingar-se por não ter sido convidada para o baptismo real com as fadas mais belas e mais novas, ainda cheias de vigor.
Nicky Phelan
Irlanda / Ireland [2008]
duração: 00:05:00
Argumento: Kathleen O’Rourke
Com: Kathleen O’Rourke  
produção: Brown Bag Films
 

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

"É uma vez e para sempre" em cena

A ACRUEL já rertornou das férias.
Antes de retomar o processo criativo do "Espaço Outro", voltamos a dar uma atenção para o "É uma vez e para sempre", espetáculo que acabou ficando pra mais tarde, mas que ainda está nos nosso projetos.
Pra ter uma idéia do que se trata, acompanhe abaixo um pouco do que a peça propõe cenicamente:

A acuidade visual é um caráter importante desta montagem, principalmente por tratar de um tema onde impera a fantasia e o simbolismo - os contos de fadas. O cenário e o figurino são formados por diferentes consistências do plástico, criando um ambiente de cristal – belo, perfeito, durável e frágil – industrial e contemporâneo. Tudo é branco, desde a caixa cênica até roupas, acessórios e móveis. Tem-se, assim, a atmosfera gélida ideal para os sentimentos de infinito, abandono, vazio e desencontro que permanecem na maior parte das histórias. O momento no qual a visualidade do espetáculo se altera é na última cena, constituída pela celebração padrão do final feliz. Cores vivas mudam o clima, dando-lhe leveza e alegria. Estes diferentes tons aparecem na mesa de um grande banquete.

Na ação cênica, a importância visual é dada aos corpos das atrizes. A proposta é que eles construam imagens da brutalidade e do divertimento, essências dos contos de fadas. Para isto, seguindo o mesmo formato dinâmico do texto, sobrepõem-se formas espetaculares. Faz-se uma montagem ou colagem de figuras diversas, técnica própria da Pop Art.

Aqui, usa-se da linguagem contemporânea do consumo, o Pop, para elucidar o que os personagens dos contos de fadas são na memória ocidental: símbolos do desejo. As representações complexas cultivadas em nossa tradição ganham este corpo para potencializá-las na sociedade atual, já que ele carrega a popularidade e os traços fortes necessários. Desta forma, duas partes do imaginário que cerca a vida cotidiana e as massas se encontram e se fortalecem: a Cultura Pop e a Popular.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Filme "Irmãos Grimm"

Pra quem ainda não viu, este o o filme dos Irmãos Grimm, que mistura todas as referências das histórias deles. É bem interessante!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Celebridades no mundo das fadas

A Disney continua a fotografar celebridades como personagens de contos de fadas. Esta abaixo é a atriz Juliane Moore, que com seus belos cabelos ruivos ficou perfeita como a Pequena Sereia (clique na foto para aumentar).

O belo casal de High School Musical, Zac Efron e Vanessa Hudgens reproduzem a cena do desenho animado da Disney, A Bela Adormecida, como o Príncipe Philip e a Princesa Aurora.
Eles foram fotografados pela expert Annie Leibovitz para a edição 23 da revista da Disney.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Perrault e Capinha Vermelha


O lobo consegue entrar na casa da avó fingindo ser Capinha Vermelha e engole imediatamente a velhinha. Na história de Perrault o lobo não se disfarça de avó. Simplesmente deita-se na cama dela. Quando Capinha chega, o lobo pede-lhe que se deite com ele. Capinha Vermelha tira a roupa e entra na cama, quando então se espanta com a aparência desnuda da avó, e exclama: "Vovó, que braços enormes você tem!", ao que o lobo responde: - "São para te abraçar melhor!" - Capinha então diz: - Vovó, que pernas grandes você tem!" - e recebe como resposta: - "São para correr melhor!" - Seguem-se a este dois diálogos, (que não ocorrem na versão dos Irmãos Grimm), perguntas bem conhecidas sobre os olhos, orelhas e dentes grandes da Avó".

Quando Perrault publicou sua coleção de contos de fadas em 1697, Capinha Vermelha já era uma história antiga, com elementos que remontavam a tempos atrás. Existe o mito de Cronos onde ele engole os filhos que de modo miraculosoconseguem sair de seu estômago, e no lugar deles colocam pedras pesadas. Há uma história Latina, de 1023 (de Egberto de Lièges, chamada Fecunda ratis), na qual uma menininha é descoberta na companhia dos lobos; a menina usa uma manta vermelha, de grande importância para ela, e os estudiosos dizem que esta manta era um capuz vermelho. Aqui, então, seis séculos ou mais antes da estória de Perrault, encontramos alguns elementos básicos de Capinha Vermelha: uma menina com um capuz vermelho, a companhia dos lobos, uma criança sendo devorada viva que retorna incólume, e uma pedra colocada no lugar da criança.

Há outras versões de Capinha Vermelha, mas não sabemos qual delas influenciou Perrault na sua narrativa. Em algumas o lobo faz Capinha Vermelha comer a carne da avó e beber seu sangue, apesar de vozes advertirem-na do contrário.
(p. 204)

BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise dos Contos de Fadas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Pelo buraco da fechadura

Querem saber um pouco sobre como anda o processo do espetáculo "É uma vez e para sempre"? Vai aqui uma ou duas olhadas rápidas pelo buraco da fechadura:

A ACRUEL já tem o projeto base dos figurinos para o espetáculo.
Teremos em cena um falso mundo de cristal, um cristal plastificado e pop.
Os figurinos serão desenhados pelas talentosas artistas Fabianna Pescara e Renata Skrobot.

O roteiro foi escrito aos moldes do cinema: sentadas em uma mesa, tomando café, conversando, criando e escrevendo. Toda a sua base está fechada. Ele mistura leveza e comicidade às tragédias naturais dos contos de fadas. Não revela de modo óbvio como são as histórias originais (quem anda acompanhando o blog já conhece tudo isso), mas se baseia inteiramente nestas versões revelando seus lados muito mais cruéis e grotescos em relação as versões infantis.

Agora, iremos entrar em fase de criação em sala de ensaio. A partir daqui, novos colaboradores começam a participar do processo. Serão diferentes pessoas, já que a peça pretende atingir uma ampla gama de gostos.

Estamos em em trânsito de fechar os locais das temporadas (sim, já tem mais de uma em vista). Teremos novidades até o fim do mês.


Por enquanto é só. Mas continue acompanhando e sabendo mais.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Cinderela segundo os Irmãos Grimm


Para aproveitar o fim de semana estamos inaugurando nossa nova coluna : Versões, cada um faz do seu jeito. Para está estreia escolhemos Cinderella o conto de fadas mais conhecido. Sabe-se sua versão mais antiga é de uma história contada na China, onde os pés pequenos eram considerados um sinal de beleza. A versão do francês Charles Perrault, de 1697, é que tem fada madrinha, carruagem-abóbora, e o sapatinho de cristal. Nas versões anteriores, transmitidas oralmente, Cinderela recebe a ajuda de sua mãe, cujo espírito se materializa sob forma de peixe, vaca ou árvore. Ao criar a fada madrinha Perrault acrescentou um toque mais poético a essa tradição. Na versão dos Irmãos Grimm, Cinderela não tem fada-madrinha. O texto é assim contado:
Há muito tempo, aconteceu que a esposa de um rico comerciante adoeceu gravemente e, sentindo seu fim se aproximar, chamou sua única filha e disse:
- Querida filha, continue piedosa e boa menina que Deus a protegerá sempre. Lá do céu olharei por você, e estarei sempre a seu lado - mal acabou de dizer isso,fechou os olhos e morreu. A jovem ia todos os dias visitar o túmulo da mãe,sempre chorando muito. Veio o inverno, e a neve cobriu o túmulo com seu alvo manto. Chegou a primavera, e o sol derreteu a neve. Foi então que o viúvo resolveu se casar outra vez. A nova esposa trouxe suas duas filhas, ambas louras e bonitas - mas só exteriormente. As duas tinham a alma feia e cruel. A partir desse momento, dias difíceis começaram para a pobre enteada.
- Essa imbecil não vai ficar no quarto conosco! - Reclamaram as moças. - O lugar dela é na cozinha! Se quiser comer pão, que trabalhe! Tiraram-lhe o vestido bonito que ela usava, obrigaram-na a vestir outro, velho e desbotado, e a calçar tamancos.
- Vejam só como está toda enfeitada, a orgulhosa princesinha de antes!
- Disseram a rir, levando-a para a cozinha. A partir de então, ela foi obrigada a trabalhar, da manhã à noite, nos serviços mais pesados. Era obrigada a se levantar de madrugada, para ir buscar água e acender o fogo. Só ela cozinhava e lavava para todos. Como se tudo isso não bastasse, as irmãs caçoavam dela e a humilhavam. Espalhavam lentilhas e feijões nas cinzas do fogão e obrigavam-na a catar um a um. À noite, exausta de tanto trabalhar, a jovem não tinha onde dormir e era obrigada a se deitar nas cinzas do fogão. E, como andasse sempre suja e cheia de cinza, só a chamavam de Cinderela. Uma vez, o pai resolveu ir a uma feira. Antes de sair, perguntou às enteadas o que desejavam que ele trouxesse.
- Vestidos bonitos - disse uma.
- Pérolas e pedras preciosas - disse a outra.
- E você, Cinderela, o que vai querer? - perguntou o pai.
- No caminho de volta, pai, quebre o primeiro ramo que bater no seu chapéu e traga-o para mim. Ele partiu para a feira, comprou vestidos bonitos para uma das enteadas, pérolas e pedras preciosas para a outra e, de volta para casa, quando cavalgava por um bosque, um ramo de aveleira bateu no seu chapéu. Ele quebrou o ramo e levou-o. Chegando em casa, deu às enteadas o que haviam pedido e à Cinderela, o ramo de aveleira. Ela agradeceu, levou o ramo para o túmulo da mãe, plantou-o ali, e chorou tanto que suas lágrimas regaram o ramo. Ele cresceu e se tornou uma aveleira linda. Três vezes, todos os dias, a menina ia chorar e rezar embaixo dela. Sempre que a via chegar, um passarinho branco voava para a árvore e, se a ouvia pedir baixinho alguma coisa, jogava-lhe o que ela havia pedido. Um dia, o rei mandou anunciar uma festa, que duraria três dias. Todas as jovens bonitas do reino seriam convidadas, pois o filho dele queria escolher entre elas aquela que seria sua futura esposa. Quando souberam que também deveriam comparecer, as duas filhas da madrasta ficaram contentíssimas.
- Cinderela! - Gritaram. - Venha pentear nosso cabelo, escovar nossos sapatos e nos ajudar a vestir, pois vamos a uma festa no castelo do rei!
Cinderela obedeceu chorando, porque ela também queria ir ao baile. Perguntou à madrasta se poderia ir, e esta respondeu:
- Você, Cinderela! Suja e cheia de pó, está querendo ir à festa? Como vai dançar, se não tem roupa nem sapatos? Mas Cinderela insistiu tanto, que afinal ela disse:
- Está bem. Eu despejei nas cinzas do fogão um tacho cheio de lentilhas. Se você conseguir catá-las todas em duas horas, poderá ir. A jovem saiu pela porta dos fundos, correu para o quintal e chamou:
- Mansas pombinhas e rolinhas! Passarinhos do céu inteiro! Venham me ajudar a catar lentilhas! As boas vão para o tacho! As ruins para o seu papo! Logo entraram pela janela da cozinha duas pombas brancas; a seguir, vieram as rolinhas e, por último, todos os passarinhos do céu chegaram numa revoada e pousaram nas cinzas. As pombas abaixavam a cabecinha e pic, pic, pic, apanhavam os grãos bons e deixavam cair no tacho. As outras avezinhas faziam o mesmo. Não levou nem uma hora, o tacho ficou cheio e as aves todas voaram para fora. Cheia de alegria, a menina pegou o tacho e levou para a madrasta, certa de que agora poderia ir à festa. Porém a madrasta disse:
- Não, Cinderela. Você não tem roupa e não sabe dançar. Só serviria de caçoada para os outros.
Como a menina começou a chorar, ela propôs:
- Se você conseguir catar dois tachos de lentilhas nas cinzas em uma hora, poderá ir conosco. Enquanto isso, pensou consigo mesma: "Isso ela não vai conseguir..." Assim que a madrasta acabou de espalhar os grãos nas cinzas, Cinderela correu para o quintal e chamou:
- Mansas pombinhas e rolinhas! Passarinhos do céu inteiro! Venham me ajudar a catar lentilhas! As boas vão para o tacho! As ruins para o seu papo! E entraram pela janela da cozinha duas pombas brancas; a seguir vieram as rolinhas e, por último, todos os passarinhos do céu chegaram numa revoada e pousaram nas cinzas. As pombas abaixavam a cabecinha e pic, pic, pic, apanhavam os grãos bons e
deixavam cair no tacho. Os outros pássaros faziam o mesmo. Não passou nem meia hora, e os dois tachos ficaram cheios. As aves se foram voando pela janela. Então, a menina levou os dois tachos para a madrasta, certa de que, desta vez, poderia ir à festa. Porém, a madrasta disse:
- Não adianta, Cinderela! Você não vai ao baile! Não tem vestido, não sabe dançar e só nos faria passar vergonha! E, dando-lhe as costas, partiu com suas orgulhosas filhas. Quando ficou sozinha, Cinderela foi ao túmulo da mãe e embaixo da aveleira, disse:
- Balance e se agite, árvore adorada, cubra-me toda de ouro e prata! Então o pássaro branco jogou para ela um vestido de ouro e prata e sapatos de seda bordada de prata. Cinderela se vestiu, a toda pressa, e foi para a festa. Estava tão linda, no seu vestido dourado, que nem as irmãs, nem a madrasta a reconheceram. Pensaram que fosse uma princesa estrangeira - para elas, Cinderela só poderia estar em casa, catando lentilhas nas cinzas. Logo que a viu, o príncipe veio a seu encontro e, pegando-lhe a mão, levou-a para dançar. Só dançou com ela, sem largar de sua mão por um instante. Quando alguém a convidava para dançar, ele dizia:
- Ela é minha dama. Dançaram até altas horas da noite e, afinal, Cinderela quis voltar para casa.
- Eu a acompanho - disse o príncipe. Na verdade, ele queria saber a que família ela pertencia. Mas Cinderela conseguiu escapar dele, correu para casa e se escondeu no pombal. O príncipe esperou o pai dela chegar e contou-lhe que a jovem desconhecida tinha saltado para dentro do pombal. "Deve ser Cinderela...", pensou o pai. E mandou vir um machado para arrombar a porta do pombal. Mas não havia ninguém lá dentro. Quando chegaram em casa, encontraram Cinderela com suas roupas sujas, dormindo nas cinzas, à luz mortiça de uma lamparina. A verdade é que, assim que entrou no pombal, a menina saiu pelo lado de trás e correu para a aveleira. Ali, rapidamente tirou seu belo vestido e deixou-o sobre o túmulo. Veio o passarinho, apanhou o vestido e levou-o. Ela vestiu novamente seu vestidinho velho e sujo, correu para casa e se deitou nas cinzas da cozinha. No dia seguinte, o segundo dia da festa, quando os pais e as irmãs partiram para o castelo, Cinderela foi até a aveleira e disse:
- Balance e se agite, árvore adorada, cubra-me toda de ouro e prata! E o pássaro atirou para ela um vestido ainda mais bonito que o da véspera. Quando ela entrou no salão assim vestida, todos ficaram pasmados com sua beleza. O príncipe, que a esperava, tomou-lhe a mão e só dançou com ela. Quando alguém convidava a jovem para dançar, ele dizia:
- Ela é minha dama. Já era noite avançada quando Cinderela quis ir embora. O príncipe seguiu-a, para ver em que casa entraria. A jovem seguiu seu caminho e, inesperadamente, entrou no quintal atrás da casa. Ágil como um esquilo, subiu pela galharia de uma frondosa pereira carregada de frutos que havia ali. O príncipe não conseguiu descobri-la e, quando viu o pai dela chegar, disse:
- A moça desconhecida escondeu-se nessa pereira. "Deve ser Cinderela", pensou o pai. Mandou buscar um machado e derrubou a pereira. Mas não encontraram ninguém na galharia. Como na véspera, Cinderela já estava na cozinha dormindo nas cinzas, pois havia escorregado pelo outro lado da pereira, correra para a aveleira, e devolvera o lindo vestido ao pássaro. Depois, vestiu o feio vestidinho de sempre, e correu para casa. No terceiro dia, assim que os pais e as irmãs saíram para a festa, Cinderela foi até o túmulo da mãe e pediu à aveleira:
- Balance e se agite, árvore adorada, cubra-me toda de ouro e prata! E o pássaro atirou-lhe o vestido mais suntuoso e brilhante jamais visto, acompanhado de um par de sapatinhos de puro ouro. Ela estava tão linda, tão linda, que, quando chegou ao castelo, todos emudeceram de assombro. O príncipe só dançou com ela e, como das outras vezes, dizia a todos que vinham tirá-la para dançar:
- Ela é minha dama. Já era noite alta, quando Cinderela quis voltar para casa. O príncipe tentou segui-la, mas ela escapuliu tão depressa, que ele não pode alcançá-la. Dessa vez, porém, o príncipe usara um estratagema: untou com piche um degrau da escada e, quando a moça passou, o sapato do pé esquerdo ficou grudado. Ela deixou-o ali e continuou correndo. O príncipe pegou o sapatinho: era pequenino, gracioso e todo de ouro. No outro dia, de manhã, ele procurou o pai e disse:
- Só me casarei com a dona do pé que couber neste sapato. As irmãs de Cinderela ficaram felizes e esperançosas quando souberam disso, pois tinham pés delicados e bonitos. Quando o príncipe chegou à casa delas, a mais velha foi para o quarto acompanhada da mãe e experimentou o sapato. Mas, por mais que se esforçasse, não conseguia meter dentro dele o dedo grande do pé. Então, a mãe deu-lhe uma faca, dizendo:
- Corte fora o dedo. Quando você for rainha, vai andar muito pouco a pé. Assim fez a moça. O pé entrou no sapato e, disfarçando a dor, ela foi ao encontro do príncipe. Ele recebeu-a como sua noiva e levou-a na garupa do seu cavalo. Quando passavam pelo túmulo da mãe de Cinderela, que ficava bem no caminho, duas pombas pousaram na aveleira e cantaram:
- Olhe para trás! Olhe para trás! Há sangue no sapato, que é pequeno demais! Não é a noiva certa que vai sentada atrás! O príncipe virou-se, olhou o pé da moça e logo viu o sangue escorrendo do sapato. Fez o cavalo voltar e levou-a para a casa dela. Chegando lá, ordenou à outra filha da madrasta que calçasse o sapato. Ela foi para o quarto e calçou-o. Os dedos do pé entraram facilmente, mas o calcanhar era grande demais e ficou de fora. Então, a mãe deu-lhe uma faca dizendo:
- Corte fora um pedaço do calcanhar. Quando você for rainha, vai andar muito pouco a pé. Assim fez a moça. O pé entrou no sapato e, disfarçando a dor, ela foi ao encontro do príncipe. Ele aceitou-a como sua noiva e levou-a na garupa do seu cavalo. Quando passavam pela aveleira, duas pombinhas pousaram num dos ramos e cantaram:
- Olhe para trás! Olhe para trás! Há sangue no sapato, que é pequeno demais! Não é a noiva certa que vai sentada atrás! O príncipe olhou o pé da moça, viu o sangue escorrendo e a meia branca, vermelha de sangue. Então virou seu cavalo, levou a falsa noiva de volta para casa e disse ao pai:
- Esta também não é a verdadeira noiva. Vocês não têm outra filha?
- Não - respondeu o pai - a não ser a pequena Cinderela, filha de minha falecida esposa. Mas é impossível que seja ela a noiva que procura. O príncipe ordenou que fossem buscá-la.
- Oh, não! Ela está sempre muito suja! Seria uma afronta trazê-la a vossa presença! - protestou a madrasta. Porém o príncipe insistiu, exigindo que ela fosse chamada. Depois de lavar o rosto e as mãos ela veio, curvou-se diante do príncipe e pegou o sapato de ouro que ele lhe estendeu. Sentou-se num banquinho, tirou do pé o pesado tamanco e calçou o sapato, que lhe serviu como uma luva. Quando ela se levantou, o príncipe viu seu rosto e reconheceu logo a linda jovem com quem havia dançado.
- É esta a noiva verdadeira! - exclamou, feliz. A madrasta e as filhas levaram um susto e ficaram brancas de raiva. O príncipe ergueu Cinderela, colocou-a na garupa do seu cavalo e partiram. Quando passaram pela aveleira, as duas pombinhas brancas cantaram:
- Olhe pare trás! Olhe pare trás! Não há sangue no sapato, que serviu bem demais! Essa é a noiva certa. Pode ir em paz! E, quando acabaram de cantar, elasvoaram e foram pousar, uma no ombro direito de Cinderela, outra no esquerdo; ali ficaram. Quando o casamento de Cinderela com o príncipe se realizou, as falsas irmãs foram à festa. A mais velha ficou à direita do altar, e a mais nova, à esquerda. Subitamente, sem que ninguém pudesse impedir, a pomba pousada no ombro direito da noiva voou para cima da irmã mais velha e furou-lhe os olhos. A pomba do ombro esquerdo fez o mesmo com a mais nova, e ambas ficaram cegas para o resto de suas vidas.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Você quiz dizer ...

Boa Noite.
Willian Bonner sobre Cinderela

Cinderella, stay awhile.
Michael Jackson sobre Cinderela

Não me lembro de nada das 8 horas seguintes.
Consumidor do Remédio da marca "Boa Noite Cinderela"®

Você quis dizer: LSD
Google sobre Alice no País das Maravilhas

Experimente também: Maconha
Sugestão do Google para Alice no País das Maravilhas

Melhor do que um baseado.
Bob Marley sobre Alice no País das Maravilhas

Nem se compara.
Marcelo D2 sobre Alice no País das Maravilhas

Calma Alice foi só uma bad trip!
LSD sobre alice no país das maravilhas

Já cumi!
Marlene Mattos sobre Branca de Neve

De ACRUEL

O Sabão em Pó da Pequena Sereia!

Eu tambem sou piranha.
Paris hilton sobre Ariel

Só porque ela tem rabo.
Ursinho Pohh

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Cena da Maçã da Branca de Neve

PS: Os textos aqui inseridos não farão parte da peça, são textos que surgiram no processo.


A cena é sombria. Temos medo da senhora que fala. Ela é gentil, mas horripilante. Não há ninguém em cena além dela. Ela fala voltada para a platéia, mas como se a menina estivesse na sua frente.

VELHA- Menina, você pode oferecer um copo d’água a uma velha senhora cansada? (pausa) Oh, não se assuste criança, sou apenas feia, mas não tenho um corpo que me permita te fazer mal. (pausa) Obrigada, menina. Você é muito gentil. (pausa) Linda criança, é tão bela. Sua feição carrega juntas a pureza e a força. Você pode ser ainda maior, sabia? Com seus sete aninhos de idade você já pode ser a fêmea mais desejável que existe. (pausa) Você quer os conselhos de uma mulher vivida? Aproveite-se disso, garota! Olhe para mim, um dia você vai ser assim, e aí terá que mendigar um copo d’água. Agora veja você, recebendo ajuda de gentis homens a todo o momento, todos prontos a arriscar o próprio pescoço por você. E você nem teve que se esforçar. Dê a eles o que eles querem e você verá tudo o que pode uma pequena menina como você. Mas não ceda a todos, querida, apenas conquiste-os. Você deve continuar sendo um objeto raro, o diamante que causa a guerra por ser prêmio dela. Você pode ter muito mais do que tem conseguido até agora, minha jovem. (pausa) Eu já estou velha e morrerei logo, por isso já está na hora de passar a diante minha sabedoria e minha magia. E você, você tem potencial, minha jovem. Você vai cuidar bem das minhas coisinhas. Tome! Um pente preto como seus cabelos e uma fita branca como a sua pele. Use-os para arrancar toda a energia que existe na sua alma. Lembre-se, pequena, você pode fazer mágica. Ah, eu já ia me esquecendo. Pegue esta maçã. Veja, é tão vermelha quanto as maçãs do seu rosto. Esta é a fruta do amor, querida, de hoje em diante a fruta da qual você se alimenta, e a fruta da qual você oferece.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Rammstein - Sonne


No clipe da música Sonne, da banda alemã Rammstein, temos uma releitura audaciosa da Branca de Neve. É como se a menina tivesse se tornado a epítome da Madrasta, em todos os sentidos: mais manipuladora, mais egoísta, mais perversa, mais egocêntrica, mais sexy… mais bela(?)!
Numa entrevista dada a uma revista alemã, os integrantes do Rammstein explicaram a origem do clipe. Segundo eles, a idéia para o clipe surgiu quando eles estavam discutindo sobre o que deveriam filmar. Um dos guitarristas da banda estava com um livro de contos de fada no qual havia o conto da Branca de Neve. Segundo ele, no livro a princesa era descrita como o “sol” da vida dos anões. Daí veio a idéia para o clipe, já que Sonne é sol em alemão.
Mas, é claro que a versão da Branca de Neve do Rammstein não poderia ser tão “pura” quanto a versão de Walt Disney, por exemplo. Afinal, o Rammstein é reconhecido por seus clipes “pertubadores”! Em seus clipes, a banda tem uma predileção por temas associados ao sexo, à violência e à crueza da vida, tudo isso sem qualquer glamour. Portanto, é bem aceitável que a Branca de Neve num clipe do Rammstein seja uma dominatrix viciada, e que os anões sejam trabalhadores rústicos e sujos.
Os integrantes do Rammstein também falaram na entrevista que a inspiração para as imagens do clipe veio de uma antiga série da TV alemã. Essa série, que passava quando eles eram crianças, apresentava versões dos contos de fada utilizando recursos teatrais como a iluminação típica dos palcos teatrais e o uso de bonecos e objetos em escala para dar a sensação de gigantismo e/ou nanismo. A cena dos integrantes da banda (caracterizados como anões) em volta da Branca de Neve sentada, utiliza o recurso do boneco articulado. Nessa cena, a Branca de Neve é uma boneca com mãos mecânicas. O recurso do cenário em escala também é usado na ambientação da casa dos anões e nas cenas em que aparece o caixão da Branca de Neve. Nessas situações, os móveis e objetos foram construídos em tamanho muito maior do que o normal para que os integrantes da banda parecessem anões.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Como seria a história da Chapeuzinho Vermelho nas manchetes

Coluna de humor - toda segunda

PROGRAMA DA HEBE
(Hebe Camargo): "... Que gracinha gente. Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo?"

REVISTA CLÁUDIA
Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no Caminho.

CAPRICHO
Esse lobo é um gato!

REVISTA NOVA
Dez maneiras de levar um lobo à loucura na cama.

MARIE-CLAIRE
Na cama com um lobo e minha avó, relato de quem passou por essa experiência.

REVISTA CARAS (Ensaio fotográfico com Chapeuzinho na semana seguinte)
Na banheira de hidromassagem, Chapeuzinho fala a CARAS: "Até ser devorada, eu não dava valor para muitas coisas da vida. Hoje sou outra pessoa"

SUPERPOP(Chapeuzinho é convidada para desfilar no programa só de lingerie vermelha.)
(Luciana Gimenez): Nossa, que corpo, hein garota? Muita bonita mesmo! Até eu no lugar do Lobo não iria deixar escapar essa menina!!

BRASIL URGENTE
(Datena): "... Onde é que a gente vai parar, cadê as Autoridades? Cadê as autoridades?! A menina ia para a casa da vovozinha a pé! Não tem transporte público! Não tem transporte público! E foi devorada viva... Um lobo, um lobo safado. Põe na tela! Porque eu falo mesmo, não tenho medo de lobo, não tenho medo de lobo, não."

REVISTA VEJA
Lula sabia das intenções do lobo.

JORNAL NACIONAL
(William Bonner): "Boa noite. Uma menina foi devorada por um Lobo na noite de ontem...".
(Fátima Bernardes):"... Mas a atuação de um caçador evitou uma tragédia".

FANTÁSTICO
(Glória Maria): ...que gracinha, gente, vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo...?

FOLHA DE S. PAULO
Legendada foto: "Chapeuzinho, à direita, aperta a mão de seu salvador". Na matéria, Box com um zoólogo explicando os hábitos dos lobos e um imenso infográfico mostrando como Chapeuzinho foi devorada e depois salva pelo lenhador.

O ESTADO DE S. PAULO
Lobo que devorou Chapeuzinho seria filiado ao PT.

REVISTA ISTO É
Gravações revelam que lobo foi assessor de político influente.

AGORA
Sangue e tragédia na casa da vovó.

JORNAL SUPER NOTÍCIAS
Lobo mastiga as tripas da chapeuzinho e lenhador destrói tripas do lobo para retirar a garota (foto ao lado da barriga do lobo com as tripas pra fora).

JORNAL DO BRASIL
Floresta: Garota é atacada por lobo (Na matéria, a gente não fica sabendo onde, nem quando, nem mais detalhes.)

O GLOBO
Retirada Viva da Barriga de um Lobo (Na matéria terá até mapa da região. O salvamento é mais importante que o ataque.)

MEIA HORA
Lobo Mal comeu a Chapeuzinho Vermelho (literalmente).

PLAYBOY (Ensaio fotográfico no mês seguinte)
Veja o que só o lobo viu.

G MAGAZINE (Ensaio fotográfico com lenhador)
Lenhador mostra o machado.

SEXY
(Ensaio fotográfico com Chapeuzinho um ano depois do escândalo).
"Essa garota matou um lobo!"


PROGRAMA DA UNIVERSAL
(Pastor): Isso é encosto! Agora meu irmãos vamos todos juntos levantar as mãos e dizer: SAI CHAPEUZINHO VERMELHO, SAI DESSE CORPO QUE NÃO TE PERTENCE.

BIG BROTHER
(Pedro Bial): Fala meu Lobo, Quem você vai eliminar hoje?
(Lobo): Hoje eu vou eliminar a Chapeuzinho Vermelho, porque ela tá de complô com o Lenhador, que eu acho que quer me eliminar e isso não está fazendo bem para o Ambiente da casa.

O APRENDIZ
(Roberto Justus): Chapeuzinho, o que você foi fazer na casa da vóvozinha?
(Chapeuzinho): Fui levar uns doces para ela.
(Justus): De graça? Mas você não tinha um Planejamento para isso? Achou que era o marketing mais correto? Qual seria o retorno? Que tipo de postura teve seu líder? Que providências você tomaria?


SUPER INTERESSANTE
Lobo mau! Mito ou verdade?

DISCOVERY CHANNEL
Descubra se é possível uma pessoa ser engolida viva e sobreviver.

domingo, 27 de setembro de 2009

Foto de Dogville
Na versão dos irmãos Grimm, Branca de Neve tem apenas sete anos. Príncipes pedófilos era normais... O prícipe carrega seu corpo morto com ele para o palácio. Algum tipo de necrofilia? Depois de algum tempo, um de seus servos, cançado de ter que carregar o caixão de um lado para o outro, resolve descontar suas frustrações dando uma baita de uma surra na Branca de Neve. Um dos golpes no estômago faz com que ela vomite a maçã e volte a vida.




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