quarta-feira, 9 de março de 2011
terça-feira, 1 de março de 2011
Horários de Espaço Outro no Festival de Curitiba
Sex - 01/04 - 15h
Sáb - 02/04 - 17h
Sex - 08/04 - 17h
Sáb - 09/04 - 15h
Sempre na Praça Santos Andrade e com entrada franca.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
As Rainhas Malvadas de Branca de Neve
A Disney prepara uma outra versão do conto em live action, intitulada “Snow and the Seven”. Michael Arndt, de "Toy Story 3" e "Pequena Miss Sunshine", foi contratado para roteirizar uma nova versão da história. Nenhum nome ainda foi anunciado no elenco, mas Natalie Portman tinha sido indicada como possível protagonista. Porém, a gravidez da atriz pode ser um empecilho para sua participação no longa. O filme será dirigido por Francis Lawrence. O longa irá se passar durante o século XIX na China. Na história, uma nobre inglesa viaja até Hong Kong para o funeral de seu pai, mas sua malvada madrasta está arquitetando planos diabólicos contra ela. A jovem consegue escapar para o interior do país, e refugia-se com sete guerreiros internacionais, que a ensinarão a lutar para vencer sua nêmesis.
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Notícias
Para saber mais sobre o movimento: http://movimentodeteatrodegrupo.blogspot.com/
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Espaço Outro no Festival de Curitiba
sextas (01 e 08/04) às 17h e sábados (02 e 09/04) às 15h.
Sempre na Praça Santos Andrade e com entrada franca.
Estaremos integrando o Coletivo Pequenos Conteúdos. Saiba mais em: http://www.pequenosconteudos.blogspot.com/
sábado, 15 de janeiro de 2011
A arte do ator
"Paradoxalmente ele interpreta a si mesmo enquanto representante do gênero humano nas condições contemporâneas. Choca-se na sua palpabilidade espiritual e corpórea com um certo modelo humano elementar, com o modelo de um personagem e de uma situação, destilados do drama: é como se literalmente se encarnasse no mito. Não as analogias espirituais com o protagonista criado, não as semelhanças dos comportamentos, próprias de um homem fictício em circunstâncias fictícias. Desfruta o hiato entre verdade geral do mito e a verdade literal do próprio organismo: espiritual e físico. Oferece o mito encarnado com todas as consequências, não sempre agradáveis, de tal encarnação.
Se - suponhamos - faz um comandante que morre em batalha, não procura reproduzir em si a imagem de um verdadeiro comandante que realmente está em agonia no tumulto do combate; não procura o que aquele pode sentir e como se comporta, para depois viver e reproduzir subjetivamente no palco de modo crível, orgânico este conhecimento de algum modo objetivo sobre os comandante agonizantes. Ao contrário, no próprio fato de que alguém se imagine como um comandante agonizante, poderá encontrar-se a própria verdade, o que pessoal, íntimo, subjetivamente deformado. E então, por exemplo, representará o próprio sonho de uma morte patética; a nostalgia de uma manifestação heróica; a humana fraqueza de sublimar-se às custas dos outros, desvelará as próprias fontes, uma após a outra, como se desnudasse o tecido vivo. Não recuará devendo violar a própria intimidade, os motivos pelos quais se envergonha. Ao contrário, o fará até o fim. É como se oferecesse - literalmente - a verdade do seu organismo, das experiências, dos motivos recônditos, como se oferecesse aqui, agora, diante dos olhos dos espectadores, em não em uma situação imaginada, no campo de batalha. E assim responderá à pergunta: como ser um comandante, sem ser um comandante? Como morrer em batalha, sem combater, nem morrer? Cumprirá o ato de desnudar-se dos próprios conteúdos secretos, de sacrificar as falsidades superiores sobre o altar dos valores" (p. 92-93).
Artigo A arte do Ator, de Ludwik Flaszen. In O Teatro Laboratório de Jerzy Grotowski. São Paulo: Perspectiva/Edições SESC SP, 2010).
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Da dialética da apoteose e da derrisão
"O cerimonial teatral é uma espécie de provocação. Uma provocação que tem a finalidade de atacar o inconsciente coletivo. Daí deriva o atuar com os opostos: expor coisas sublimes de modo bufonesco e, ao contrário, coisas vulgares de modo elevado (...). Daí o tom sagrado que oscila na fronteira entre seriedade e paródia: o achado preferido de Grotowski é a introdução de alusões litúrgicas no modo de falar e no gesto. E o tom blasfemo. A brincadeira perversa com as coisas sacras, o incessante cortejo de valores comuns e de convenções colocado em movimento circular em torno do eixo que tem por nome: inquietude ligada a visão de mundo. Eviscerado das suas imagens habituais, que o espectador perceba a relatividade e a bizarria dele. E o fato que - malgrado aquela relatividade e aquela bizarria - está condenado a elas" (L. Flaszen citador por Grotowski. O Teatro Laboratório de Jerzy Grotowski. São Paulo: Perspectiva/Edições SESC SP, 2010).
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Nosso treinamento de ator
Estamos nesta empreitada há apenas dois meses, mas alguns caminhos muito interessantes começam a ser apontados.
Abaixo, Renato Sbardelotto, ator integrante do projeto, fala sobre nossos anseios e nossas primeiras conclusões.
"Em nossos “treinamentos” buscamos novos caminhos para um dos grandes dilemas da arte da representação: a repetição. Juntos, em todas as tardes possíveis durante três a quatro horas (cerca de 15 horas por semana), trocamos idéias e práticas a respeito do corpo do ator, do nosso corpo, desse corpo que se coloca como ator quando chamado a assumir uma profissão. Sendo esta uma escolha maravilhosa e ao mesmo tempo muito nebulosa (amedrontadora), por estreitar limites às vezes tão delineados na sociedade entre o que se define por “arte” e o que se coloca como “vida”. Acho que somos capazes de entender certas coisas, de nos entender e, conseqüentemente, de entender o outro, o humano, por caminhos e com sentidos diversos que só através da “arte de ator”, ou da “arte do performer” - aquele que atua com a forma de seu próprio corpo -, pode-se entender. Entendendo que o corpo também é texto, meio e informação nele mesmo posso dizer que está incutida na arte do ator a leitura do corpo e o trabalho sobre a arqueologia do vocabulário do corpo.
Assim como a leitura de livros, textos ou qualquer enunciado escrito/ouvido nos alimenta de vocabulário para se expressar, a técnica que seguimos na ACRUEL parece se enveredar pelo mesmo caminho, pelo seguimento “leitura – vocabulário – expressão”. A exaustão corporal no treinamento de ator proporciona ações no corpo às quais ele não poderia prever, ou pensar em fazer, justamente por ter de pensar em muitas coisas ao mesmo tempo, em um espaço de tempo muito curto, muito rápido. É como se esse corpo-carne boicotasse o corpo-razão, que cotidianamente precisaria de mais tempo para processar informações, provocando linhas de encontro em direção ao que chamamos de corpo-mente. Determinados músculos ativados durante a realização do treinamento carregam memórias que esse corpo não encontra em estado consciente. O toque, ou a percepção da existência desse pedaço do corpo carregado, abre o corpo para um entender maior de si mesmo e, como conseqüência, um aumento de vocabulário consciente para o ato de representação.
A partir da leitura de textos sobre o trabalho de Jerzy Grotowski em seu Teatro Laboratório, nós, integrantes da ACRUEL, nos aproximamos de proposições e de termos aos quais tomamos para nosso próprio vocabulário de trabalho. Dentro desses termos são dois os que nos saltam ao olhar: espontaneidade e precisão; sendo estes provocadores do que denominamos de “verdade cênica”. Por que num dia a cena foi ótima e no outro não foi? Como repetir a mesma seqüencia de ações com potências semelhantes a cada dia de espetáculo? Como interligar treinamento e processo criativo? Como trabalhar emoções num treinamento aparentemente tão rígido? Como pensar a subjetividade de uma criação de cena e personagem em exercícios aparentemente tão objetivos?
O trabalho do ator sobre si mesmo parece ser o caminho ao qual seguimos atualmente, antes da inserção do texto e da criação de cena e personagens. Esse trabalho viabiliza o conhecimento e exploração de potenciais criativos na práxis diária do ator enquanto homem do mundo e enquanto homem no mundo, em relação direta com o ambiente: sala de ensaio, movimento da rua fora da sala, presença dos colegas em trabalho, noção do ambiente por inteiro - incluso ele, o ator. Em nossos encontros trabalhamos com fatores como: desenvolvimento muscular, precisão física, atenção, ritmo, respiração como condutora de energia, percepção da inteireza do corpo, mudança de foco de atenção, direcionamento de atenção e energia, tensão muscular, tracionamento muscular, relaxamento muscular, oposição muscular, enraizamento, controle de peso, noção do centro de gravidade, tridimensionalidade do corpo no espaço e troca de informação entre participantes. Esses fatores nos conduzem na exploração de exercícios derivados das praticas de colaboradores do grupo.
A repetição embebida de verdade apareceu em nossas discussões desde o início do projeto. Por colocar em jogo materiais/experiências de trabalhos anteriores adiantamos esse questionamento no desejo de criar um espetáculo que seja encontro possível para diferentes públicos; e ao mesmo tempo particular em suas escolhas.
Na atual fase do trabalho pudemos começar a responder nossos próprios questionamentos. Percebemos que a transição do treinamento físico ao processo criativo é mais subjetiva do que pensávamos. O corpo acostumado aos treinamentos diários e ao contato de determinados estados de energia passa a encontrar esses estados em um tempo menor e mantê-los ativos com mais sabedoria. Assim como experiências cotidianas grudam na pelememória do homem e o acompanha, a práxis assumida pelo grupo em fase de treinamento, inevitavelmente, se faz presente no corpo pós-treinamento. E é esse mesmo corpo que entrará
em processo criativo".