terça-feira, 30 de novembro de 2010
Nosso treinamento de ator
Estamos nesta empreitada há apenas dois meses, mas alguns caminhos muito interessantes começam a ser apontados.
Abaixo, Renato Sbardelotto, ator integrante do projeto, fala sobre nossos anseios e nossas primeiras conclusões.
"Em nossos “treinamentos” buscamos novos caminhos para um dos grandes dilemas da arte da representação: a repetição. Juntos, em todas as tardes possíveis durante três a quatro horas (cerca de 15 horas por semana), trocamos idéias e práticas a respeito do corpo do ator, do nosso corpo, desse corpo que se coloca como ator quando chamado a assumir uma profissão. Sendo esta uma escolha maravilhosa e ao mesmo tempo muito nebulosa (amedrontadora), por estreitar limites às vezes tão delineados na sociedade entre o que se define por “arte” e o que se coloca como “vida”. Acho que somos capazes de entender certas coisas, de nos entender e, conseqüentemente, de entender o outro, o humano, por caminhos e com sentidos diversos que só através da “arte de ator”, ou da “arte do performer” - aquele que atua com a forma de seu próprio corpo -, pode-se entender. Entendendo que o corpo também é texto, meio e informação nele mesmo posso dizer que está incutida na arte do ator a leitura do corpo e o trabalho sobre a arqueologia do vocabulário do corpo.
Assim como a leitura de livros, textos ou qualquer enunciado escrito/ouvido nos alimenta de vocabulário para se expressar, a técnica que seguimos na ACRUEL parece se enveredar pelo mesmo caminho, pelo seguimento “leitura – vocabulário – expressão”. A exaustão corporal no treinamento de ator proporciona ações no corpo às quais ele não poderia prever, ou pensar em fazer, justamente por ter de pensar em muitas coisas ao mesmo tempo, em um espaço de tempo muito curto, muito rápido. É como se esse corpo-carne boicotasse o corpo-razão, que cotidianamente precisaria de mais tempo para processar informações, provocando linhas de encontro em direção ao que chamamos de corpo-mente. Determinados músculos ativados durante a realização do treinamento carregam memórias que esse corpo não encontra em estado consciente. O toque, ou a percepção da existência desse pedaço do corpo carregado, abre o corpo para um entender maior de si mesmo e, como conseqüência, um aumento de vocabulário consciente para o ato de representação.
A partir da leitura de textos sobre o trabalho de Jerzy Grotowski em seu Teatro Laboratório, nós, integrantes da ACRUEL, nos aproximamos de proposições e de termos aos quais tomamos para nosso próprio vocabulário de trabalho. Dentro desses termos são dois os que nos saltam ao olhar: espontaneidade e precisão; sendo estes provocadores do que denominamos de “verdade cênica”. Por que num dia a cena foi ótima e no outro não foi? Como repetir a mesma seqüencia de ações com potências semelhantes a cada dia de espetáculo? Como interligar treinamento e processo criativo? Como trabalhar emoções num treinamento aparentemente tão rígido? Como pensar a subjetividade de uma criação de cena e personagem em exercícios aparentemente tão objetivos?
O trabalho do ator sobre si mesmo parece ser o caminho ao qual seguimos atualmente, antes da inserção do texto e da criação de cena e personagens. Esse trabalho viabiliza o conhecimento e exploração de potenciais criativos na práxis diária do ator enquanto homem do mundo e enquanto homem no mundo, em relação direta com o ambiente: sala de ensaio, movimento da rua fora da sala, presença dos colegas em trabalho, noção do ambiente por inteiro - incluso ele, o ator. Em nossos encontros trabalhamos com fatores como: desenvolvimento muscular, precisão física, atenção, ritmo, respiração como condutora de energia, percepção da inteireza do corpo, mudança de foco de atenção, direcionamento de atenção e energia, tensão muscular, tracionamento muscular, relaxamento muscular, oposição muscular, enraizamento, controle de peso, noção do centro de gravidade, tridimensionalidade do corpo no espaço e troca de informação entre participantes. Esses fatores nos conduzem na exploração de exercícios derivados das praticas de colaboradores do grupo.
A repetição embebida de verdade apareceu em nossas discussões desde o início do projeto. Por colocar em jogo materiais/experiências de trabalhos anteriores adiantamos esse questionamento no desejo de criar um espetáculo que seja encontro possível para diferentes públicos; e ao mesmo tempo particular em suas escolhas.
Na atual fase do trabalho pudemos começar a responder nossos próprios questionamentos. Percebemos que a transição do treinamento físico ao processo criativo é mais subjetiva do que pensávamos. O corpo acostumado aos treinamentos diários e ao contato de determinados estados de energia passa a encontrar esses estados em um tempo menor e mantê-los ativos com mais sabedoria. Assim como experiências cotidianas grudam na pelememória do homem e o acompanha, a práxis assumida pelo grupo em fase de treinamento, inevitavelmente, se faz presente no corpo pós-treinamento. E é esse mesmo corpo que entrará
em processo criativo".
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Fotos da Virada
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
A garota da capa vermelha
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
domingo, 14 de novembro de 2010
Chapeuzinho Vermelho em nova versão nos cinemas em 2011


sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Fundo Nacional da Cultura
O Ministério da Cultura investirá, até o final de 2010, R$ 300 milhões nos Fundos ProCultura. Parte dos recursos será aplicada em 15 editais que deverão estar abertos a diversos segmentos culturais já a partir de segunda-feira, 25 de outubro. Os editais, que terão investimentos de R$ 87 milhões, fazem parte do Plano de Trabalho do Fundo Nacional de Cultura, lançado nesta quarta-feira (20), pelo ministro da Cultura Juca Ferreira. A portaria foi assinada durante a abertura dos trabalhos do Conselho Nacional de Política Cultural, que está reunido desde ontem em Brasília.
Além dos 15 editais lançados, o MinC publicará, até o final de novembro, mais 22 editais participantes do Programa Procultura, com uma disponibilidade de mais R$ 118,9 milhões de orçamento. Parte dos R$ 300 milhões será investida, ainda, em convênios (R$ 64 milhões) e bolsas (R$ 27 milhões), beneficiando os oitos Fundos Setoriais da área cultural. Todas as ações dos Fundos ProCultura, incluindo os editais, serão disponibilizadas por meio eletrônico, através do site do Ministério da Cultura.
O Plano de Trabalho do Fundo Nacional de Cultura foi apresentado pelo secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, Henilton Parente de Menezes, que destacou a forma como foram aprovadas as ações que terão investimentos do FNC. “O comitê de trabalho aprovou as diretrizes elaboradas pelos segmentos e aprovadas pelos Comitês técnicos dos oito setores culturais que são atendidos pelo MinC”, afirmou.
Para o secretário executivo do Ministério da Cultura, Alfredo Manevy, um dos pontos positivos do Plano de Trabalho do FNC é a sua abrangência. “Ele contempla um conjunto vasto da cultura brasileira, como a música, a dança, o cinema, mas também alcança segmentos que antes eram estigmatizados na cultura brasileira, como os indígenas e os mestres da cultura popular”, destacou. De acordo com ele, os mestres serão beneficiados principalmente com as bolsas. “É uma forma de darmos reconhecimento aos artistas populares brasileiros”, enfatizou.
Gustavo Vidigal, secretário executivo adjunto do Ministério da Cultura, disse que, além do aumento dos recursos, o fundo possibilitará maior participação da sociedade civil. “O orçamento será gasto através de editais públicos. Os comitês setoriais acompanharão a fiscalizarão e execução dos recursos”, afirmou.
Segundo o representante da área Acesso e Diversidade, Chico Simões, a sociedade civil está avançando nas discussões da destinação dos recursos públicos. “Há anos, revindicamos a participação da sociedade no uso dos recursos públicos. Antes, o dinheiro era usado como um balcão de negócios. Com este novo formato, a sociedade civil estará presente.”
Para o conselheiro do colegiado Teatro, Márcio Silveira, o mais importante é a possibilidade de participação dos diversos setores beneficiados. “Fomos consultados para a reformulação do fundo. O teatro nunca foi ouvido antes”, disse.
O Ministro Juca Ferreira lembrou que o Plano de Trabalho é uma evolução do FNC. “Em vez de uma avaliação discriminada, agora será feita uma avaliação setorizada, com pessoas especializadas naquela área, ou porque são artistas, ou da área empresarial, ou porque são acadêmicos e estudiosos daquela área. Então vai aumentar a capacidade de acerto na avaliação dos projetos. Vai aumentar a profundidade”, afirmou.
Juca Ferreira lembrou, ainda, na cerimônia que contou com a presença dos integrantes da sociedade civil de todo o país, que compõem o CNPC, que a “cultura é uma necessidade básica de todo o brasileiro e de toda uma coletividade. E se é um direito, o Estado tem obrigação de dar as condições de acesso”. O ministro também falou da importância da cultura para a economia do Brasil. “É uma economia importante e também um fator de qualificação da vida das pessoas e das relações sociais”. Para ele, “o Brasil está chegando num momento de se tornar um dos países mais importantes do mundo, e um país não se consolida se não for um desenvolvido culturalmente”.
Para saber mais sobre os Fundos e seus editais, acesse os links abaixo:
- Acesso e Diversidade;
- Ações Transversais e Equalização de Políticas Culturais;
- Artes Visuais;
- Circo, Dança e Teatro;
- Incentivo à Inovação Audiovisual;
- Livro, Leitura, Literatura e Língua Portuguesa;
- Música;
- Patrimônio e Memória
(Texto: Heli Espíndola, Comunicação Social/MinC)
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Trailer de Espaço Outro
Relembrando as datas da temporada de novembro na Praça Santos Andrade em Curitiba:
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Niver da Manu
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
A história original de Rapunzel
A vida com sua nova mãe é boa até Rapunzel fazer doze anos. Então a feiticeira coloca Rapunzel em uma torre alta, que é impossível subir sem ajuda. Felizmente, Rapunzel tem um cabelo anormalmente comprido: quando a feiticeira visita Rapunzel para levar comida (e, presumivelmente, muito shampoo), a feiticeira fica ao pé da torre e grita: "Rapunzel, Rapunzel, deixe o seu cabelo, para que eu possa subir a escada de ouro". Rapunzel joga fora o cabelo e a feiticeira sobe a torre.
Um dia, um príncipe errante ouve Rapunzel cantando dentro de sua torre. Ele se esgueira para cima e vê a feiticeira chamando para subir a torre. Após a feiticeira sair, ele fica na torre, diz a fala da feiticeira e sobe cabelos de Rapunzel. Assim começa um namoro regular, e depois de algumas visitas e muito sexo, Rapunzel fica grávida. Não sabendo sobre os mistérios da gravidez e do parto, ela comete um erro. Na visita seguinte da feiticeira, Rapunzel pergunta porque o vestido está crescendo tão apertado em volta de seu estômago.
Na raiva, feiticeira corta o cabelo de Rapunzel e expulsa-a para um deserto nas proximidades. A feiticeira aguarda na torre o príncipe retornar. Quando o príncipe vem e sobe o cabelo, ele fica frente a frente com a feiticeira. Com medo e depressão de ter perdido Rapunzel, ele pula da torre, e cai em um espinheiro. Os espinhos perfuram seus olhos e e ele fica cego. Ele sai errante por uma floresta, lamentando sua má sorte e provavelmente fica sempre muito deprimido quando esbarra em árvores.
Rapunzel e o príncipe passeam separadamente por um tempo. Eventualmente, eles chegam perto o suficiente, porque um dia o Príncipe ouve Rapunzel cantando, assim como quando ele encontrou sua torre. Eles se reúnem, e as lágrimas de Rapunzel de alegria molham os olhos do príncipe, curando sua cegueira. O príncipe leva Rapunzel de volta ao seu reino. Neste ponto, podemos supor que a situação é "felizes para sempre", já que nada mais é dito sobre o que acontece a feiticeira ou aos filhos de Rapunzel.
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Quando Rapunzel começou a ficar infantil
"Eu tinha uma coleção de livrinhos coloridos. Eles vinham com fitinhas cassete da mesma cor do livro. Amarelo, laranja, verde, azul. Não lembro o nome nem a pau, mas a mamãe tinha muito carinho e cuidado com essa coleção minha.
Tinha a história d´A Galinha Ruiva, que plantava o trigo, colhia o trigo, levava até o moinho, e nenhum dos vizinhos ajudava. E então ela fez um bolo com a farinha, e todos os vizinhos queriam ajudar a comer o bolo - mas essa ajuda a galinha ruiva dispensou! Mamãe conta que eu não admitia que ela dissesse " A Galinha Ruiva". Lembro-me perfeitamente da minha teimosia: "É Agalinha Roiva, mamãe!"; hoje em dia, não tenho idéia sobre qual obscuro motivo está por trás dessa minha obstinação. O que é uma pena, eu gostaria muito de saber.
Minha história favorita desde sempre foi Rapunzel. E acho que virou minha história favorita por causa da versão deste livro. Eram desenhos lindos, estilizados. Fora o fascínio da própria história. A mãe da Rapunzel, uma grávida daquelas, teve desejo de comer os rapuns que nasciam no quintal da vizinha. [Na minha fitinha, a mãe da Rapunzel dizia: "Quero rapuns, querido. Rapuns. Rabanetes!" Pesquisando no Google, descobri que na verdade o nome em português seria rapúncio.]
A vizinha - que é uma Bruxa, CLARO - pega o pai da Rapunzel no flagra roubando os "rabanetes". E propõe uma troca muito justa: ele pega os rabanetes e ela fica com a criança que vai nascer. E o pai, pouco ligando pra conselho tutelar, topa.
A criança nasce, a Bruxa cumpre o acordo e leva a menina embora. E chama a menina de Rapunzel, que quer dizer... rapúncio! [E não rabanete! Passei minha vida acreditando nisso...]
A Rapunzel passou anos e anos trancada numa torre sem porta, só com uma janela no alto. E, como toda heroína de contos de fada, é a mulher mais linda do mundo - e é loira. Que ódio eu tinha disso. A Cinderela, a Barbie, a Marilyn Monroe, a Madonna. Todas loiras. Todas lindas. E eu, gordinha, de cabelo ruim.
Mas, mesmo sendo loira e linda, ela foi crescendo, e o cabelo crescendo junto. Ficou com o cabelo tão comprido, que a Bruxa o prendia em duas tranças, e subia na torre por ele, e descia também, de rapel. E eu ficava pensando na imensa paciência que a Bruxa devia ter com o cabelo da Rapunzel, e acabei concluindo que ela não devia ser tão bruxa assim.
E aí, a Rapunzel ficando sozinha quase o dia inteiro, cantava pra matar o tempo, já que ainda não tinham inventado as palavras cruzadas. Como também não existia cultura pop, ela não tinha platéia nem gravava cd's. Mas, um dia, um príncipe - que também não tinha palavras cruzadas pra resolver - estava cavalgando perto da torre e escutou a Rapunzel cantando. Ele era meio tímido pra pedir um autógrafo, então todo dia ele voltava pra ouvir mais um pouco.
Linda, loira, recordista de cabelo e ainda canta bem? A Rapunzel é o máximo.
Um certo dia, a Rapunzel interrompe o show pra deixar a Bruxa subir. E o príncipe vê toda a lenga-lenga, a Bruxa gritando a senha
- "Rapunzel, jogue-me suas tranças!"
E subindo pelo cabelo da menina. O príncipe achou aquilo muito engenhoso, e resolveu tentar também. Foi só a Bruxa ir embora que ele gritou a senha, e a Rapunzel - que é LOIRA, não esqueçam - saiu jogando o cabelo sem prestar muita atenção, e ainda LEVOU UM SUSTO quando viu um homem lá em cima no quarto dela.
Mas o susto foi breve. Foi só o Príncipe dizer que gostava do som que ela fazia que ela já se derreteu toda. A fama subiu à cabeça, e ela já foi fazendo planos sobre como o príncipe ia ajudá-la a descer dali. Todo dia, ele ia vir, gritar a senha, e subir trazendo um pedaço de pano, e ela ia tecer uma escada com os paninhos.
E porque ela não pensou em cortar o próprio cabelo, amarrar em algum lugar e descer por ele? Ela é LOIRA, não esqueçam.
O plano ia muito bem, obrigada. Mas a Rapunzel, LOIRA, um dia se distraiu enquanto a Bruxa subia e perguntou, loiramente:
- Porque a senhora é tão mais pesada que o príncipe?
Ela foi a pessoa que teve o maior cabelo loiro do mundo, relevem.
A Bruxa, sentindo-se traída, roda a baiana, corta o cabelo da Rapunzel [o que deve ter sido um trauma pavoroso] e joga a menina num deserto bem distante, sem passagem de volta. Fica esperando o príncipe aparecer e gritar a senha, joga a trança pra enganar o rapaz e empurra o cara lá de cima da torre. Ele cai bem em cima de um espinheiro e fica cego. [A figura do espinheiro era APAVORANTE no meu livrinho. E o barulho da queda? Brrr.]
Cego e sem namorada, o príncipe vaga durante ANOS [ANOS!], até que um dia, claro, na última pagina do livro, ele ouve a voz dela clamando cantando no deserto, e rola a maior emoção no reencontro.
E AÍ vem a minha parte favorita. A Rapunzel chora com o príncipe deitado no colo dela. E a pureza dos sentimentos dela é tão enorme, que as lágrimas dela CURAM a cegueira do príncipe, permitindo que eles vivam feliz para sempre, como deve ser com todo casal que se ama e enfrente dificuldades pra ficar junto.
Eu era simplesmente vidrada nesse final. O fato do amor da Rapunzel ser tão imenso a ponto de fornecer a ela poderes meio mágicos. O fato de a pureza dela ser ponto fundamental no final feliz.
Que o amor é realmente meio mágico, eu só vim aprender anos mais tarde. Mas talvez eu não tenha mais a pureza da Rapunzel, e por isso as minhas lágrimas não têm o poder de curar os machucados que causei.
Só que eu sou incorrigível: continuo acreditando em finais felizes".
Fonte: http://www.interney.net/blogs/cintaliga/2007/11/01/a_princesa_na_torre/
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Um parecer
Lemos o texto em conjunto. Passado um tempo da "finalização" do texto de É Uma Vez e Para Sempre, pudemos nos distanciar dele, lê-lo com impressões frescas. Percebemos que duas cenas estão fora da proposta do conjunto, atrapalhando o desenvolvimento do enredo. Conversamos todos e chegamos a conclusão de quais são as modificações mais interessantes. Resumindo: vamos retomar a escrita do texto.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Trechinho do texto
domingo, 26 de setembro de 2010
Temporada de novembro
terça-feira, 21 de setembro de 2010
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Enrolados
Fonte: http://juliapetit.com.br/category/home/
Começando
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
O retorno de Espaço Outro

Depois de Floripa, a próxima parada de Espaço Outro é CURITIBA.
Isso mesmo, em novembro nossos conterrâneos terão mais uma oportunidade de assistir esta peça única.
domingo, 29 de agosto de 2010
Opinião sobre Espaço Outro no Fentepp 2
Espaço Outro - ACruel Companhia
Teatro de rua, teatro na rua ou teatro para a rua?
"Eu nunca fui ao teatro, tô tão emocionada, tô até arrepiada, ó!" - disse uma moradora de rua, com os olhos brilhando, entrando na redoma acrílica. Vou chamá-la de Dona, pois agora ela também tornou-se uma personagem. Era uma caixa de acrílico a qual o público era convidado a entrar. E então começava o espetáculo. Para quem estava de fora, as pessoas lá dentro é que chamavam a atenção. Uns paravam, olhavam, questionavam. O que elas fazem espremidas lá dentro olhando para os lados? Uma narração nos orientava. "Alguém lê um livro" No chão, uma rosa dos ventos. A leste, a oeste, norte e sul - tudo acontecia. Um bando de vermelho dançando e cantando alegremente. Em algum canto da praça, uma moça chorava. Em outro, chovia! O público era direcionado a ações que aconteciam em toda a praça, seja entre os transeuntes, seja nos bancos, seja num espaço particular onde só os atores se encontravam. "Como eu faço pra ver, gente, eu sou baixinha!" - exclamou Dona, correndo entre as pessoas de norte a sul, leste a oeste e quase colando nas paredes para ver o que acontecia lá fora. "Alguém lê um livro". E é aí que está a grande questão: você já parou para ver o que acontece a sua volta? Alguém lê um livro. Alguém chora. Alguém briga. Outros brincam. Pode estar chovendo no dia de um outro. Acredito que esta é uma das provocações da Companhia, tanta coisa acontece a nossa volta e nunca estamos atentos. O público é colocado em destaque e dessa maneira ele atenta-se a sua volta. Tudo o provoca. Será que aquele moço de vermelho empurrando o carrinho de bebê faz parte da peça? Não! Meras coincidências que nos provocavam. Quando o casal se encontrou, Dona bateu palmas e sorriu, com os olhos marejados. Ao fim, uma descontraída coreografia com todos atores de amarelo, uma cor energética, a cor do verão (nada mais propício para Presidente Prudente!), e até aquele em que o dia era chuvoso, já havia aberto sol. Será que esse palhaço de amarelo também faz parte? Não! Meras coincidências que nos provocavam. O jogo das cores era o que diferenciava os atores dos cidadão comuns. Verde, vermelho, azul, roxo... cada cor para cada momento e local e estado. "Alguém lê um livro".
Festival Palco Giratório
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Elenco

Confirmado o terceiro integrante do elenco de É Uma Vez e Para Sempre: Renato Sbardelotto, o "Senhor Humor" de Espaço Outro. Damos as boas vindas com muito prazer!
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Este é um trecho em vídeo da apresentação de Espaço Outro no Festival de Presidente Prudente. A câmera foi posicionada fora da caixa, por isso não há áudio nenhum. Mas na hora da coreografia, colocamos em edição a música da dança para que se possa ver o encaixe.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Opinião sobre Espaço Outro no Fentepp
Crítica de Espaço Outro por Márcio Marciano
22/08/2010 |
CRÍTICA - Flores humanas no seio da praça |
Uma vez na estufa, o público que ali permanece, acompanha uma narrativa em off de modo a orientar seu olhar para pequenos incidentes que ocorrem entre os passantes. São imagens isoladas, cenas de improviso, ligeiras coreografias, encontros e desencontros fortuitos. Os atores formando blocos, vestindo roupas da mesma cor se revezam nas intervenções. As informações em off auxiliam o público da estufa na criação de um quadro de referências às vezes objetivo, às vezes poético, para o que acontece do lado de fora. Os passantes, por sua vez, operam uma recepção de outra qualidade, uma vez que não dispõem das mesmas referências e constroem por si mesmos os nexos de uma possível narrativa.
Esse jogo de interferências mútuas amplia o alcance da performance na medida em que o olhar do espectador incorpora ao evento cênico a teatralidade contida na recepção de quem é observado enquanto observa, numa espécie de espelhamento imediato de suas próprias reações. Assim, a intervenção adquire caráter crítico, ao incorporar no ato da observação o processo de seu descondicionamento.
Cabe ressaltar, no entanto, que o universo dos incidentes apresentados não consegue ultrapassar os estreitos limites das relações inter-pessoais, problemas de relacionamento afetivo, indisposições metafísicas juvenis, em suma, hipóteses de laboratório, construídas a partir de referências literárias, longe da matéria negativa que prolifera nas grandes cidades.
Considerando o alcance do programa, sua capacidade de intervenção poética no espaço urbano, seria o caso de indagar se não valeria a pena uma observação interessada na matéria social que brota das ruas.
Por Márcio Marciano : Dramaturgo e diretor teatral integrante do Núcleo de dramaturgia da Companhia do Latão há onze anos, escreveu e dirigiu em parceria com Sérgio de Carvalho, mais de uma dezena de espetáculos.
domingo, 22 de agosto de 2010
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Espaço Outro no Fentepp
Serão três apresentações na praça Nove de Julho.
Os horários são: 11h, 13h e 15h.
Quem estiver em Presidente Prudente não pode perder!
Nos vemos lá!
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Extra extra
2. A ACRUEL foi aprovada no edital da Corrente Cultural de Curitiba, uma semana cultural promovida pela Fundação que acontecerá por toda a cidade no mês de novembro, na qual apresentaremos a peça "Espaço Outro" na Praça Santos Andrade.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Programações
Em paralelo, estamos começando a pensar a montagem de "É Uma Vez e Para Sempre" junto ao diretor Márcio Mattana.
No final de semana, estaremos em São Paulo. Vamos assistir as peças do Club Noir que estão em cartaz e também "As Folhas do Cedro" de Samir Yazbek (fica a dica).
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Fairy Tale de Miwa Yanagi trás imagens perturbadoras.
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Fase final do texto
Foi muito mais rápido do que imaginávamos, mas sabemos o por quê: por estarmos com este projeto desde o ano passado, as idéias foram amadurecendo. Quando chegou a hora de escrever, já sabíamos o que queríamos.
Mas este acabar ainda não é um ponto final. Queremos ainda uma orientação do Márcio Mattana, o diretor do espetáculo, queremos este olhar de quem estava de fora até agora. Talvez ainda hajam modificações.
Agora é torcer para passarmos em algum edital, porque trata-se de um projeto que exige muito dinheiro para ser executado, já que pretendemos criar grandes cenários em uma casa.
Torçam pela gente!
terça-feira, 27 de julho de 2010
Barba Azul de Pina Bausch
Tem a peça toda no youtube. É lindíssima! Confiram!
domingo, 25 de julho de 2010
No país de Eugenio Recuenco
sexta-feira, 23 de julho de 2010
quarta-feira, 21 de julho de 2010
O novo projeto
“É uma vez e para sempre” gira em torno das versões originais dos contos de fadas, que nasceram voltados aos adultos, com temas que focam exacerbadamente o desejo e a crueldade humana e que apresentam o prazer em suas diversas faces.
A ACRUEL pretende montar esta peça em uma casa, onde o público vivenciaria a atmosfera fantástica e agressiva das versões antigas dos contos de fadas. A cada novo cômodo no qual o espectador é convidado a entrar, acontece uma imersão em um outro mundo, dado pela ambientação cenográfica e pela composição de luz.
Estamos em fase da criação do texto. Hoje, mais especificamente, estamos escrevendo a quinta cena da peça.
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Mutilação e suicídio
1. NAVALHA NA CARNE
No original, a Bruxa do Mar corta a língua de Ariel, que perde a voz. Além disso, a sereia tem a cauda rasgada em duas para virar mulher e conquistar o coração do príncipe. Mas, a cada passo, as pernas sangram e doem.
2. CABEÇA FEITA
Na insistência para que Ariel voltasse a ser sereia, suas irmãs chegam a arrancar os cabelos - literalmente! O objetivo era oferecer as madeixas para que a bruxa do mar rompesse o encanto.
3. FIM DA LINHA
Em troca dos cabelos, a bruxa dá uma faca para Ariel matar o príncipe - que a trocara por outra - e voltar a ser sereia. Traída e desenganada, Ariel se mata pulando de um abismo no mar gelado.
Mãe má!
1. ESPELHO MAU
Na primeira versão dos Grimm, de 1810, é a mãe, e não a madrasta, que pira no espelho como sendo a mais bela do reino. Invejosa por perder o posto, planeja dar um sumiço na filhinha de apenas 7 anos.
2. DANÇANDO EM BRASAS
Após ter o plano frustrado, a rainha é condenada, no meio da festa de casamento de Branca com o príncipe. Como pena, a ex-poderosa tem que dançar até a morte calçando sapatos de ferro em brasa!
MUNDO CANIBAL
A rainha manda um caçador matar Branca de Neve na floresta, trazendo o fígado e um pulmão como prova do serviço. Ele engana a rainha com carne de javali, que a mãe come achando ser da filha.
Gata Barraqueira
1. GOLPE DO BAÚ
Na versão de Giambattista Basile, chamada A Gata Borralheira, a heroína une forças com a governanta para matar a madrasta. Um dia, quando a megera pega roupas num baú, a moça lhe fecha a tampa na cabeça.
2. NA PONTA DOS PÉS
Os irmãos Grimm botam mais sangue no miolo da história. Quando o príncipe visita as casas para identificar o pé de sua amada, as irmãs malvadas de Cinderela se mutilam para tentar calçar o sapatinho, cortando dedos e calcanhares.
3. ORA, POMBOS
Na versão dos Grimm, a madrasta também não é morta por Cinderela. A malvada bate as botas com pombos comendo seus olhos e os das filhas.
Estupro e adultério
À moda italiana
Giambattista Basile apimentou a história no século 17.
1. FARPA MALDITA
Ao mexer num tear, uma farpa entra sob a unha de Tália, provocando sono imediato - maldição prevista desde sua infância. Desconsolado, o pai abandona a casa, largando a filha adormecida sozinha.
2. NOIVA CADÁVER
Numa caçada, o rei, que já era casado, se encanta por Tália e, antes de partir, transa com a moça apagada! Ela ainda engravida de gêmeos. Um dia, ao tentar mamar, um deles chupa o dedo da mãe e retira a farpa, despertando-a.
3. AMADA AMANTE
Um ano após o encontro, o rei volta à floresta, encontra Tália acordada e passa a esticar as caçadas para manter a vida dupla. A esposa desconfia e põe um espião na cola do rei.
Bela do Brasil
A versão brasuca também sangra. O escritor brasileiro Sílvio Romero publicou, em 1885, em Contos Populares do Brasil, a história de um rei que, numa caçada pela floresta, se apaixona pela camponesa Madalena Sinhá. Em seguida, o rei constitui uma segunda família no campo, mas é delatado por um servo da rainha. No final, a amante e a rainha saem na mão até que Madalena mata a rival, com ajuda do rei. E o servo dedo-duro acaba degolado.
À moda francesa
Nas mãos de Charles Perrault, o final é violento.
1. GUARDA NA DESPENSA
O cozinheiro esconde as crianças e abre o jogo com Bela - que a rainha também estava a fim de jantar. Ao ouvir o choro das crianças, a rainha descobre o engodo e resolve cozinhar todo mundo.
2. BANQUETE DE GENTE
Furiosa com o filho por assumir Bela como rainha, a ogra ordena ao cozinheiro que faça para ela um rango com a carne do neto e da neta. O criado, porém, serve carne de carneiro e de cabrito para enganá-la.
3. CALDEIRÃO ANIMAL
O caldeirão que vai ferver geral é recheado com sapos, víboras, enguias e cobras. No último instante, porém, o rei aparece e a ogra, amedrontada, se joga de cabeça, sendo devorada pelas feras.
4. QUE OGRA DE SOGRA
Agora a vilã é a mãe do rei. A sogra de Bela - que não tem nome nesta versão - é uma ogra, faminta por crianças! Não à toa, o rei não conta nada à megera sobre seus netinhos.