terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Da dialética da apoteose e da derrisão
"O cerimonial teatral é uma espécie de provocação. Uma provocação que tem a finalidade de atacar o inconsciente coletivo. Daí deriva o atuar com os opostos: expor coisas sublimes de modo bufonesco e, ao contrário, coisas vulgares de modo elevado (...). Daí o tom sagrado que oscila na fronteira entre seriedade e paródia: o achado preferido de Grotowski é a introdução de alusões litúrgicas no modo de falar e no gesto. E o tom blasfemo. A brincadeira perversa com as coisas sacras, o incessante cortejo de valores comuns e de convenções colocado em movimento circular em torno do eixo que tem por nome: inquietude ligada a visão de mundo. Eviscerado das suas imagens habituais, que o espectador perceba a relatividade e a bizarria dele. E o fato que - malgrado aquela relatividade e aquela bizarria - está condenado a elas" (L. Flaszen citador por Grotowski. O Teatro Laboratório de Jerzy Grotowski. São Paulo: Perspectiva/Edições SESC SP, 2010).
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Nosso treinamento de ator
Estamos nesta empreitada há apenas dois meses, mas alguns caminhos muito interessantes começam a ser apontados.
Abaixo, Renato Sbardelotto, ator integrante do projeto, fala sobre nossos anseios e nossas primeiras conclusões.
"Em nossos “treinamentos” buscamos novos caminhos para um dos grandes dilemas da arte da representação: a repetição. Juntos, em todas as tardes possíveis durante três a quatro horas (cerca de 15 horas por semana), trocamos idéias e práticas a respeito do corpo do ator, do nosso corpo, desse corpo que se coloca como ator quando chamado a assumir uma profissão. Sendo esta uma escolha maravilhosa e ao mesmo tempo muito nebulosa (amedrontadora), por estreitar limites às vezes tão delineados na sociedade entre o que se define por “arte” e o que se coloca como “vida”. Acho que somos capazes de entender certas coisas, de nos entender e, conseqüentemente, de entender o outro, o humano, por caminhos e com sentidos diversos que só através da “arte de ator”, ou da “arte do performer” - aquele que atua com a forma de seu próprio corpo -, pode-se entender. Entendendo que o corpo também é texto, meio e informação nele mesmo posso dizer que está incutida na arte do ator a leitura do corpo e o trabalho sobre a arqueologia do vocabulário do corpo.
Assim como a leitura de livros, textos ou qualquer enunciado escrito/ouvido nos alimenta de vocabulário para se expressar, a técnica que seguimos na ACRUEL parece se enveredar pelo mesmo caminho, pelo seguimento “leitura – vocabulário – expressão”. A exaustão corporal no treinamento de ator proporciona ações no corpo às quais ele não poderia prever, ou pensar em fazer, justamente por ter de pensar em muitas coisas ao mesmo tempo, em um espaço de tempo muito curto, muito rápido. É como se esse corpo-carne boicotasse o corpo-razão, que cotidianamente precisaria de mais tempo para processar informações, provocando linhas de encontro em direção ao que chamamos de corpo-mente. Determinados músculos ativados durante a realização do treinamento carregam memórias que esse corpo não encontra em estado consciente. O toque, ou a percepção da existência desse pedaço do corpo carregado, abre o corpo para um entender maior de si mesmo e, como conseqüência, um aumento de vocabulário consciente para o ato de representação.
A partir da leitura de textos sobre o trabalho de Jerzy Grotowski em seu Teatro Laboratório, nós, integrantes da ACRUEL, nos aproximamos de proposições e de termos aos quais tomamos para nosso próprio vocabulário de trabalho. Dentro desses termos são dois os que nos saltam ao olhar: espontaneidade e precisão; sendo estes provocadores do que denominamos de “verdade cênica”. Por que num dia a cena foi ótima e no outro não foi? Como repetir a mesma seqüencia de ações com potências semelhantes a cada dia de espetáculo? Como interligar treinamento e processo criativo? Como trabalhar emoções num treinamento aparentemente tão rígido? Como pensar a subjetividade de uma criação de cena e personagem em exercícios aparentemente tão objetivos?
O trabalho do ator sobre si mesmo parece ser o caminho ao qual seguimos atualmente, antes da inserção do texto e da criação de cena e personagens. Esse trabalho viabiliza o conhecimento e exploração de potenciais criativos na práxis diária do ator enquanto homem do mundo e enquanto homem no mundo, em relação direta com o ambiente: sala de ensaio, movimento da rua fora da sala, presença dos colegas em trabalho, noção do ambiente por inteiro - incluso ele, o ator. Em nossos encontros trabalhamos com fatores como: desenvolvimento muscular, precisão física, atenção, ritmo, respiração como condutora de energia, percepção da inteireza do corpo, mudança de foco de atenção, direcionamento de atenção e energia, tensão muscular, tracionamento muscular, relaxamento muscular, oposição muscular, enraizamento, controle de peso, noção do centro de gravidade, tridimensionalidade do corpo no espaço e troca de informação entre participantes. Esses fatores nos conduzem na exploração de exercícios derivados das praticas de colaboradores do grupo.
A repetição embebida de verdade apareceu em nossas discussões desde o início do projeto. Por colocar em jogo materiais/experiências de trabalhos anteriores adiantamos esse questionamento no desejo de criar um espetáculo que seja encontro possível para diferentes públicos; e ao mesmo tempo particular em suas escolhas.
Na atual fase do trabalho pudemos começar a responder nossos próprios questionamentos. Percebemos que a transição do treinamento físico ao processo criativo é mais subjetiva do que pensávamos. O corpo acostumado aos treinamentos diários e ao contato de determinados estados de energia passa a encontrar esses estados em um tempo menor e mantê-los ativos com mais sabedoria. Assim como experiências cotidianas grudam na pelememória do homem e o acompanha, a práxis assumida pelo grupo em fase de treinamento, inevitavelmente, se faz presente no corpo pós-treinamento. E é esse mesmo corpo que entrará
em processo criativo".
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Fotos da Virada
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
A garota da capa vermelha
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
domingo, 14 de novembro de 2010
Chapeuzinho Vermelho em nova versão nos cinemas em 2011
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Fundo Nacional da Cultura
O Ministério da Cultura investirá, até o final de 2010, R$ 300 milhões nos Fundos ProCultura. Parte dos recursos será aplicada em 15 editais que deverão estar abertos a diversos segmentos culturais já a partir de segunda-feira, 25 de outubro. Os editais, que terão investimentos de R$ 87 milhões, fazem parte do Plano de Trabalho do Fundo Nacional de Cultura, lançado nesta quarta-feira (20), pelo ministro da Cultura Juca Ferreira. A portaria foi assinada durante a abertura dos trabalhos do Conselho Nacional de Política Cultural, que está reunido desde ontem em Brasília.
Além dos 15 editais lançados, o MinC publicará, até o final de novembro, mais 22 editais participantes do Programa Procultura, com uma disponibilidade de mais R$ 118,9 milhões de orçamento. Parte dos R$ 300 milhões será investida, ainda, em convênios (R$ 64 milhões) e bolsas (R$ 27 milhões), beneficiando os oitos Fundos Setoriais da área cultural. Todas as ações dos Fundos ProCultura, incluindo os editais, serão disponibilizadas por meio eletrônico, através do site do Ministério da Cultura.
O Plano de Trabalho do Fundo Nacional de Cultura foi apresentado pelo secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, Henilton Parente de Menezes, que destacou a forma como foram aprovadas as ações que terão investimentos do FNC. “O comitê de trabalho aprovou as diretrizes elaboradas pelos segmentos e aprovadas pelos Comitês técnicos dos oito setores culturais que são atendidos pelo MinC”, afirmou.
Para o secretário executivo do Ministério da Cultura, Alfredo Manevy, um dos pontos positivos do Plano de Trabalho do FNC é a sua abrangência. “Ele contempla um conjunto vasto da cultura brasileira, como a música, a dança, o cinema, mas também alcança segmentos que antes eram estigmatizados na cultura brasileira, como os indígenas e os mestres da cultura popular”, destacou. De acordo com ele, os mestres serão beneficiados principalmente com as bolsas. “É uma forma de darmos reconhecimento aos artistas populares brasileiros”, enfatizou.
Gustavo Vidigal, secretário executivo adjunto do Ministério da Cultura, disse que, além do aumento dos recursos, o fundo possibilitará maior participação da sociedade civil. “O orçamento será gasto através de editais públicos. Os comitês setoriais acompanharão a fiscalizarão e execução dos recursos”, afirmou.
Segundo o representante da área Acesso e Diversidade, Chico Simões, a sociedade civil está avançando nas discussões da destinação dos recursos públicos. “Há anos, revindicamos a participação da sociedade no uso dos recursos públicos. Antes, o dinheiro era usado como um balcão de negócios. Com este novo formato, a sociedade civil estará presente.”
Para o conselheiro do colegiado Teatro, Márcio Silveira, o mais importante é a possibilidade de participação dos diversos setores beneficiados. “Fomos consultados para a reformulação do fundo. O teatro nunca foi ouvido antes”, disse.
O Ministro Juca Ferreira lembrou que o Plano de Trabalho é uma evolução do FNC. “Em vez de uma avaliação discriminada, agora será feita uma avaliação setorizada, com pessoas especializadas naquela área, ou porque são artistas, ou da área empresarial, ou porque são acadêmicos e estudiosos daquela área. Então vai aumentar a capacidade de acerto na avaliação dos projetos. Vai aumentar a profundidade”, afirmou.
Juca Ferreira lembrou, ainda, na cerimônia que contou com a presença dos integrantes da sociedade civil de todo o país, que compõem o CNPC, que a “cultura é uma necessidade básica de todo o brasileiro e de toda uma coletividade. E se é um direito, o Estado tem obrigação de dar as condições de acesso”. O ministro também falou da importância da cultura para a economia do Brasil. “É uma economia importante e também um fator de qualificação da vida das pessoas e das relações sociais”. Para ele, “o Brasil está chegando num momento de se tornar um dos países mais importantes do mundo, e um país não se consolida se não for um desenvolvido culturalmente”.
Para saber mais sobre os Fundos e seus editais, acesse os links abaixo:
- Acesso e Diversidade;
- Ações Transversais e Equalização de Políticas Culturais;
- Artes Visuais;
- Circo, Dança e Teatro;
- Incentivo à Inovação Audiovisual;
- Livro, Leitura, Literatura e Língua Portuguesa;
- Música;
- Patrimônio e Memória
(Texto: Heli Espíndola, Comunicação Social/MinC)
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Trailer de Espaço Outro
Relembrando as datas da temporada de novembro na Praça Santos Andrade em Curitiba: