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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A Vingança

Em "A Guardadora de Ganços" o Rei inquere àquela que se passou pela princesa qual seria o castigo ideal para alguém que fizesse tal coisa. A dama, sem perceber ter sido descoberta, responde: "Ela mereceria ser colocada nua dentro de um barril forrado de ferros pontiagudos, e dois cavalos brancos deveriam arrastar este barril pela cidade, até que ela morresse". Rei então aplicou tal castigo a ela.

O Caçador enche de pedras a barriga do Lobo de "Chapeuzinho Vermelho" que cai no rio e, por causa do peso, morre afogado.

A bruxa de "João e Maria" , que desejava cozinhar as crianças no forno, é empurrada para dentro dele e queima até morrer.

Em "Irmão e Irmã" a bruxa é lançada ao fogo para morrer.

A Rainha de "Branca de Neve" estava saindo do casamento da enteada quando acabou tropeçando num par de botas de ferro que estavam aquecidas em brasa. As botas fixaram-se na rainha e obrigaram-na a dançar, e ela dançou e dançou, até finalmente, cair morta.

As irmãs de Cinderella tem os olhos bicados por passarinhos até cegarem.

O Barba Azul é assassinado com espadas pelos irmãos de sua esposa.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Trecho de O Gato de Botas

Meu querido ogro, tenho ouvido por aí umas histórias a teu respeito. Dizei-me lá: é certo que te podes transformar no que quiseres?

- Certíssimo – respondeu o ogro, e transformou-se num leão.

- Isso não vale nada – disse o gatinho. – Qualquer um pode inchar e aparecer maior do que realmente é. Toda a arte está em se tornar menor. Poderias, por exemplo, transformar-te em rato?

- É fácil – respondeu o ogro, e transformou-se num rato.

O gatinho deitou-lhe logo as unhas, comeu-o e desceu logo a abrir a porta, pois naquele momento chegava a carruagem real.

Trecho de O Barba Azul

A princípio não viu coisa alguma, porque as janelas se achavam fechadas; momentos depois começou a notar que o assoalho estava todo coberto de sangue coalhado, no qual se espelhavam os corpos de várias mulheres mortas, presas ao longo das paredes (eram todas mulheres que Barba-Azul desposara e que havia estrangulado). Cuidou morrer de susto, e a chave do gabinete que acabava de retirar da fechadura, caiu-lhe da mão. Após haver recobrado um pouco o ânimo, apanhou a chave, fechou a porta e subiu ao quarto para refazer-se; não o conseguia, porém, devido à sua grande perturbação.
Tendo notado que a chave do gabinete estava manchada de sangue, limpou-a duas ou três vezes, mas o sangue não desaparecia; lavou-a, esfregou-a com sabão e pedra-pomes; debalde: o sangue ficava sempre, pois a chave era fada, e não havia meio de limpá-la inteiramente: quando se tirava o sangue de um lado, ele voltava do outro.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Contos de fadas despidos de lições

Em sua forma original, os contos de fadas traziam doses fortes de adultério, incesto, canibalismo e mortes hediondas. Originalmente concebidos como entretenimento para adultos, os contos de fadas eram contados em reuniões sociais, nas salas de fiar, nos campos e em outros ambientes onde os adultos se reuniam. Por isso, muitos dos primeiros contos de fada incluíam exibicionismo, estupro e voyeurismo.

Segundo Cashdan "a crença de que os contos de fada contêm lições pode ser, em parte, creditada a Perrault, cujas histórias vem acompanhadas de divertidas 'morais', muitas das quais inclusive rimadas".

Mas o autor se opõe: "os contos de fada possuem muitos atrativos, mas transmitir lições não é um deles".

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Irmãos Grimm

Em principio, na tradição oral, as histórias compiladas pelos estudiosos não eram destinadas ao público infantil e sim aos adultos. E isso, grande parte do público que acompanha o “Mundo” já sabe. Foram os irmãos Grimm que as dedicaram às crianças por sua tendência em trabalhar a temática mágica e maravilhosa. Eles acabaram unindo esses dois universos: o infantil e o popular e já no 1º título publicado pela dupla, Contos da Criança e do Lar (Kinder und Hausmärchen), de 1812, essa proposta educativa é evidenciada.

E essa abertura só foi possível e influenciada graças ao Romantismo da época que trouxe ao mundo literário (nesse caso, mas específico as narrativas fabulosas) um sentido mais humanístico, deixando de lado o enfoque na violência, tão presente nos contos de Charles Perrault. Sim, porque Perrault visava passar lição de moral à sociedade e responder aos interesses da nobreza através de suas obras, até que começa a perceber que a concorrência cede lugar ao lado maravilhoso da vida nos escritos daquele período.

Pelos irmãos Grimm as histórias passaram a conter desfechos mais suaves, evidenciando a solidariedade e o amor ao próximo. Não que os aspectos negativos tenham se extinguido por completo, não é isso! Eles continuavam presentes nesses contos, porém, existia um predomínio da esperança e a confiança na vida bem mais forte.

Por Cládio Brasil.

Hora da Propaganda

“A história sempre se repete. Todo Chapeuzinho Vermelho que se preze, um belo dia, coloca o lobo mau na coleira”.


“Era uma vez uma garota branca como a neve, que causava muita inveja não por ter conhecido sete anões. Mas vários morenos de 1,80 m”.


“Gabriela vivia sonhando com seu príncipe encantado. Mas, depois que e la passou a usar O Boticário, foram os príncipes que perderam o sono”.


“Um belo dia, uma linda donzela usou O Boticário. Depois disso, o dragão que ela tanto temia ficou mansinho, mansinho e nunca mais saiu de perto dela”.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Sentimentos Engarrafados

Enquanto o gênio ficou confinado na garrafa durante os primeiros cem anos ele "disse de coração: Aquele que me libertar, eu o enriquecerei para sempre. Mas passou-se o século inteiro, e quando ninguém me libertou, eu entrei pelos segundos cem anos dizendo: Àquele que me soltar, eu abrirei os tesouros ocultos da terra. Ainda assim ninguém me libertou, e passaram-se quatrocentos anos. Então, disse eu: Àquele que me soltar, eu satisfarei três desejos. Mesmo assim ninguém me libertou. Em conseqüência encerrei-me em cólera, e com excessiva ira disse para mim mesmo: Aquele que me soltar, daqui para diante, eu o matarei..."

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Cena Breve

Qual personagem é inesquecível em nossas vidas? Quem é o ícone de uma geração? Com certeza dentre essas respostas não estavam Cinderela ou Chapeuzinho Vermelho. Mas depois de lembrá-las, pode-se descartá-las? Afinal todo mundo já sonhou em ser levada por um príncipe ou destruir dragões. O seu Era uma vez nos levam de volta a um tempo distante. Mas se em meio a isso tudo descobríssemos que Bela Adormecida acorda mãe de 2 filhinhos? E que fingir que o sapatinho servia não foi tão fácil assim? E porque não dar a madrasta algo mais que o coração de branca de neve? É a partir dos elementos macabros originais dos contos antigos - que eram construídos para os adultos - que aqui se propõe reviver estes nossos mitos. Em cena há uma grande miscelânea de referências transportando-nos a lugares onde tudo pode acontecer. Tudo isso através da narração entreposta de ação.

No fim o que se deseja é o desejo. Exacerba-se o prazer pelo consumo (em toda a sua abrangência). A crueldade misturada ao prazer é crescente e vai rivalizando com uma humanidade singela, silenciosa. Conclui-se com um grande êxtase. Uma redenção que compensa a trajetória vivida, uma grande celebração.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Sombra e Luz

Os contos de fadas descrevem estados internos da mente que são traduzidos em imagens visuais do desejo. Para chegar a tais imagens a ACRUEL busca referências na Pop Art, que se foca no popular, transitório, consumível, jovem, espirituoso, sexy, chamativo, glamouroso, enquanto apela para o vazio proveniente do consumismo revelando um lado espiritual.
Assim a dualidade presente tanto nos contos – através do Bem e do Mal - quanto na Pop Art, estará representada em cena através dos sentimentos de grotesco e sublime. O grotesco em seu aspecto cruel e excêntrico que ultrapassa barreiras a ponto de convergir para o prazer renovador, catártico. O sublime entendido como uma experiência entre horror e prazer: um sublime que se constitui a partir do fugaz, de tudo que esvaece rápido, mas que brilha inesperada e sutilmente, do singelo, silencioso. Através de uma plástica contemporânea e pop, passeia-se pela sombra e a luz. Muita cor em meio à escuridão.

Da proposta cênica

Observando a arquitetura de sua cidade, a ACRUEL percebeu a tendência moderna curitibana da transparência. São diversos tipos de construções, de vidro, de acrílico ou encerradas por plástico, que vão das bancas de jornal, passando pelas estações-tubo de ônibus, até o teatro Ópera de Arame. A partir desta observação e dos anseios antes descritos, o projeto Espaço Outro intenta instalar uma caixa transparente e incolor no espaço público. A caixa teria uma base de encaixar de metal e seria revestida por um plástico resistente. Por ser portátil, permite que o espetáculo se realize em diversos lugares. Tanto por divulgação prévia, quanto por aproveitamento dos transeuntes, o público é convidado a entrar neste espaço outro.
Dentro, esta platéia tem um direcionamento narrativo que a leva a observar a rua e suas histórias. As narrações sobre as pessoas e sobre os espaços acabam tendo mesma relevância social e, conseqüentemente, emocional. Os atores e os passantes se mesclam lá fora, se confundem, de forma que o movimento da rua pareça real e muito coreografado ao mesmo tempo.
É interessante observar que enquanto se passa uma peça de teatro para os que se encontram na caixa, para as pessoas lá de fora nada demais está acontecendo entre elas. Pelo contrário, observam aquele grupo estranhamente encerrado em um cubo transparente no meio da praça (ou do largo, ou do parque, ou do calçadão). Assim, a platéia que observa é também observada por outra platéia. Ambas são partes deste produto artístico que é ação e instalação. Então, tem-se então a criação de um espaço outro integrado à sociedade. Esta, tanto de forma prática quanto por significação, se torna o objeto desta obra.

Especial Charles Perrault

Para comemorar os mais de "300 anos da morte” do escritor francês Charles Perroult, que tanto contribuiu enriquecendo a literatura infantil mundial, ousadas releituras de alguns de seus mais famosos contos, e também peças inspiradas em outros autores que escreveram para crianças, encontram-se expostas no site do fotógrafo francês Gerard Rancinan.São composições mórbidas e impactantes que mostram figuras queridas como “Cinderela”,A Bela Adormecida”, “O Gato de Botas”, “Chapeuzinho Vermelho” e até mesmo o temível “Barba Azul”, observados por uma ótica distante da suavidade eternizada pelos estúdios Disney.


Esta é uma vingativa versão da história da menina dos sapatinhos de cristal, que é constantemente maltratada pelas irmãs postiças. O corvo desta vez, não está do lado da artista Arielle Dombasle, aqui como Cinderela também de Charles Perrault, mas sim, de uma caveira que remete a inveja e apresenta-se travestida com restos de trapos velhos. Os pássaros elevam o lado negro da história, deixando apenas uma abóbora caída ao lado do “calçado da discórdia” e da doce donzela seminua que se apresenta recoberta sob plásticos funerários.

Nesta cena, Cissé Djibril, jogador de futebol e um dos maiores goleadores da Liga francesa desse esporte, foi clicado pelas lentes de Gerard Rancinan representando “O Gato de Botas”, de Perrault. As pernas, já sem vida que evidenciavam os acessórios de maior visibilidade do personagem felino, agora se limita a ornamentar uma indesejável cadeira de rodas. Caveiras e ratos completam o clima de extinção que pune mais essa cria do lendário escritor francês.
Em seu distante sono mortal, a “Bela Adormecida”, dos irmãos Grimm, simulada aqui pela modelo francesa Estelle Lefébure é contemplada pela caveira de seu eterno Príncipe amado. Que apesar do dolorido passar dos tempos, lhe mantém fidelidade e continua a observá-la por toda a eternidade.

O bailarino, tambérm francês, Emmanuel Tibault dá adeus à inocência e também a vida de Chapeuzinho Vermelho, dos irmãos Grimm. A boneca caída próxima à grade e ao lençol ensangüentado remete a pureza da jovem, e mostra também o tardio rito de passagem, o balé de uma pré-adolescente que fora covardemente ludibriada pelo lendário lobo mau.

O perverso Barba Azul, de Charles Perrault que tinha como passatempo decaptar suas inúmeras esposas, aparece nesta cena na pele de Joey Stars que dispõem sua própria cabeça sobre uma futura fogueira de ossos. Um terrível castigo por suas insanas ações percebidas nos Contos infantis.

domingo, 23 de agosto de 2009

Enquanto as versões mais habituais frisam o nome de "Bela Adormecida" devido ao longo sono da heroína, os títulos de outras versões dão proeminência ao muro protetor, como em ingles "Rosa Silvestre".

UM BOM PLANEJAMENTO MUDA TODA HISTÓRIA

Hora da propaganda

Os atentados terroristas ocorridos contra a mega potência dos Estados Unidos, mostraram ao mundo a fragilidade e o ódio que inimigos potenciais atribuem ao governo norte americano. Lembrado com tristeza e insegurança por todos os cantos do planeta, esse triste episódio acontecido em 11 de setembro de 2001, poderia ter sido diferente se o presidente da "América" tivesse seguido algumas recomendações dos personagens dos contos de fadas.
Nas campanhas abaixo, eles dão dicas de prudencia e estratégia que poderiam ter sido assimilada pelo presidente dos Estados Unidos, a fim de encontrar exito e conseguir resultados positivos em suas diligencias.


Três porquinhos. Um bom planejamento muda sua história


"Quando não lemos, imaginação desaparece..."



Propaganda da Literacy Foundation que incentiva a doação de livros com o objetivo de deixar a imaginação das crianças viva.

Chapeuzinho como voce nunca viu

sexta-feira, 10 de julho de 2009

A narração

"O valor do conto de fadas para a criança é destruído se alguém detalha os significados. Todos os contos de fadas têm significados em muitos níveis; só a criança pode saber quais significados são importantes para ela no momento" (p. 205, BETTELHEIM, "A psicanálise dos contos de fadas").

"Não há nada que de forma mais duradoura recomende histórias à memória do que aquela casta concisão que as subtrai à análise psicológica. E quanto mais natural o modo pelo qual se dá, para o narrador, a renúncia ao matizamento psicológico, tanto maior se torna sua candidatura a um lugar na memória do ouvinte, tão mais plenamente as histórias se conformam à experiência pessoal dele, tanto maior é sua satisfação em, mais dia menos dia, voltar afinal a contá-las. Este processo de assimilação, que se desenrola em camadas profundas, precisa de um estado de descontração cada vez mais raro" (p. 62, BENJAMIN, "O Narrador").

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